Nampula (IKWELI) – Desde o dia 13 do mês em curso, de 20 á 30 pacientes, dentre crianças e adolescentes dão entrada em média diária nos serviços de oftalmologia do Hospital Central de Nampula, com problemas de conjuntivite hemorrágica, um novo surto que tem estado a preocupar as autoridades de saúde e a população.
De acordo com a médica oftalmologista do HCN, Marta Abudo, os primeiros pacientes a reportar o caso de conjuntivite hemorrágica eram provenientes do bairro de Muhala Belenenses, mas nos dias subsequentes começaram a vir doentes de outros bairros da cidade de Nampula.
Esta pressão, segundo disse Abudo, pode concorrer para a interrupção das consultas externa naquele sector com vista a priorizar atendimento aos pacientes com a doença dado o seu fácil contágio.
“Desde que foram notificados os casos, fizemos o reporte para o sector de vigilância, atendendo que o historial do paciente que deu entrada no hospital, referia que na sua casa assim como na vizinhança estavam com o caso, foi feita uma investigação inicial dos casos a nível da comunidade, isto por parte do HCN e o Instituto Nacional de Saúde para apurar a real situação destes casos de conjuntivite”, explicou a médica em conferencia de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira.
A conjuntivite hemorrágica é um acometimento ocular muito contagioso, que pode resultar de relação interpessoal, partilha de objectos e de outras formas. A patologia é causada por um vírus que com o passar do tempo por si só se resolve, mas o que o sector de saúde tem estado a fazer como tratamento é cuidar das sintomatologias apresentadas pelo paciente, neste caso disse a médica “o paciente maioritariamente vem com o olho vermelho, sensação de corpo estranho, de areia nos olhos, secreções não purulentas, então o que nós estamos a fazer é tratar de forma assintomática. Primeiro tem que haver o isolamento do paciente tratando-se de uma conjuntivite altamente contagiosa, e que quando falamos de isolamento é que a pessoas com a patologia tem que estar em casa evitar contacto com o vizinho e mesmo o contacto familiar para não haver disseminação dessa conjuntivite”.
Para responder ao surto, Marta Abudo explicou que neste momento o hospital central está a separar os pacientes de consultas normais dos pacientes com quadro de conjuntivite na tentativa de reduzir os casos. “Neste momento estamos a trabalhar para ver se conseguimos separar os serviços de urgência que são os que atendem esses casos com os serviços de consultas externas. E também está a haver acções ao nível da província sobre a prevenção desta patologia. Basicamente neste momento estamos a ter o apoio do Instituto Nacional de Saúde na colheita de informação destes pacientes em termos geográficos, mas também na colheita de amostras sanguíneas e secreções que são retiradas ao nível da conjuntiva ocular para se fazer um estudo para se fazer a confirmação do vírus em causa”.
A médica alerta para que a população fique atenta aos casos que se apresentem com olhos vermelhos na comunidade e é importante que, nesses casos, se dirijam ao hospital para terem cuidados adequados, uma vez que se não for devidamente tratada a conjuntivite hemorrágica pode complicar-se para a redução da visão e nos casos mais graves e avançados pode levar a cegueira.
Um outro apelo é lançado as escolas para ficarem atentas aos alunos, de modo que quem apresentar o problema seja encaminhado ao hospital para o devido seguimento.
Lavar as mãos, evitar tocar em superfícies, evitar partilha de utensílios, tratar a água estão entre as formas de prevenção da conjuntivite hemorrágica, segundo as autoridades de saúde. (Adina Sualehe)