Nampula (IKWELI) – O governo da província de Nampula, através da Direcção da Indústria e Comércio, garante haver disponibilidade de produtos de primeira necessidade para cobrir a quadra festiva que se aproxima, nomeadamente, natal e fim de ano.
A garantia foi dada em conferência de imprensa orientada pelo director provincial da Indústria e Comércio, Tony Abdala.
Na ocasião, a fonte afirmou que o governo não irá tolerar casos de especulação de preços dos produtos por agentes económicos.
“Estamos preparados, já fizemos o nosso plano de monitoria, temos estratégias para acautelar na convivência da nossa população. Não teremos ruptura de produtos de primeira necessidade, estamos a falar de arroz, temos acima de oito mil caixas de ovo, temos frango vivo e congelado em quantidade e não teremos problemas de hortícolas, a nossa província não terá problemas de refrigerantes nem cerveja”, explicou.
Abdala avançou estarem criadas equipas multissectoriais de forma a assegurar que, a população não tenha problemas com serviços básicos como água e energia.
“Mas nós já coordenamos com as instituições responsáveis e eles garantem que, por exemplo, não haverá corte de energia”, afirmou.
A fonte fez saber que, o sector em coordenação com os governos locais irá levar a cabo uma feira entre os dias 22 e 23 de Dezembro. A mesma tem em vista garantir a compra de hortícolas para as festas.
“Nessa feira, vão também participar criadores de gado bovino proveniente de Mogovolas e vamos convidar também a associação de hortícolas vindos do distrito de Ribáuè”, afirmou.
O dirigente garantiu igualmente que, durante a feira, não haverá especulação dos preços no local.
“Para garantir que a população não sofra com esse fenómeno estarão lá todas autoridades competentes para a fiscalização no local da feira”.
INAE garante que não haverá especulação de preços
A delegação provincial da Inspeção Nacional das Actividades Económicas (INAE), em Nampula, garante que os consumidores locais terão uma quadra festiva tranquila e sem a especulação de preços dos produtos de primeira necessidade.
A garantia foi dada ao Ikweli pelo delegado provincial da INAE, Silvano Alexandre, que revelou estarem a intensificar actividades de fiscalização para evitar especulação de preços nos principais mercados da província, de forma a garantir que as pessoas possam comprar os produtos desejados para passar as festas do natal e de final de ano.
Para o efeito, foram preparadas cerca de 20 brigadas inspetivas compostas por uma equipa que incluem técnicos da INAE, direcção provincial da Indústria e Comércio, bem como do conselho municipal da cidade de Nampula.
“O principal objectivo será de monitorar os estabelecimentos comerciais, na questão de higiene e limpeza, também verificar se efectivamente os agentes económicos afixam preços nos produtos expostos para venda. Iremos ainda monitorar a questão de margem máxima de lucros se os preços não excedem o legalmente previsto por cada produto. Como termos 23 distritos, algumas brigadas vão ter que redobrar esforços para cobrir”, explicou.
No entanto, o delegado mostra-se preocupado com a viciação das balanças que têm colocado em causa alguns produtos vendidos, “quando chegamos nesses estabelecimentos verificamos se efectivamente se o que está escrito no rótulo de 10 quilogramas é o mesmo e quando constatamos que há viciação de peso tomamos medidas”, afirmou.
Há poucos dias das festividades, o delegado da INAE diz não ter constatado irregularidades nos preços, justificando que continuam estáveis, excepto a farinha de milho.
“A farinha de milho tem a tendência de subir por conta da escassez de matéria-prima. Embora tenha esse ligeiro agravamento, está nos parâmetros exigidos por lei dentro das margens de lucro previstos. Por exemplo, no mês passado o quilo de farinha estava 43,00Mt (quarenta e três meticais) e agora é comercializado a 46,00Mt (quarenta e seis meticais), há uma ligeira subida de 3,00Mt (três meticais) e feito os cálculos percebe-se que está dentro das margens de lucro”, explicou.
De forma a garantir que o preço da farinha de milho não venha a registar mais agravamentos, a fonte disse já estar a trabalhar com as indústrias moageiras e os mesmos garantem que não haverá mais subida, “tendo em conta que aqui em Nampula é considerada a comida mais básica, consome-se mais farinha de milho do que arroz”, elucidou.
Durante a entrevista, Silvano Alexandre apelou aos agentes económicos no sentido de olharem para a quadra festiva como um período de festa e não de oportunismo, enquanto aos consumidores, a INAE sugere que adquiram os produtos com antecedência.
Nos últimos nove meses a INAE inspecionou um total de 1500 estabelecimentos comerciais de diversos ramos, ainda nesse período foram encerrados de forma definitiva cinco instalações vocacionadas a venda de bebidas alcoólicas localizados nas imediações de escolas.
26 Mil turistas esperados em Nampula
Durante a quadra festiva são esperados cerca de 26 mil turistas entre nacionais e internacionais que poderão visitar alguns destinos turísticos da província de Nampula.
De acordo com a chefe do departamento de Turismo em Nampula, Geralda Januário, este número corresponde a um aumento de quatro por cento, quando comparado com igual período do ano passado em que a província teve o registo de 25 mil visitantes.
Geralda Januário afirmou que os estabelecimentos hoteleiros dispõem de 4.100 quartos, sendo que a taxa de ocupação ronda os 29 por cento.
“A direcção provincial programou várias actividades, dentre as quais, visitas aos empreendimentos turísticos e restauração de modo a dotá-los de conhecimentos para melhoria de serviços que serão prestados nesta quadra festiva, visto que vamos receber muita gente, e é importante que os nossos estabelecimentos estejam preparados para receber estes turistas”, disse.
Na ocasião, a fonte revelou que os distritos da Ilha de Moçambique e Mossuril apresentam uma taxa de ocupação alta com 22 e 60 por cento respectivamente, em relação aos estabelecimentos hoteleiros de Nampula e Nacala.
“Actualmente, o distrito da Ilha de Moçambique, em termos de taxa de ocupação, está com cerca 22 por cento e o distrito de Mossuril com 60 por cento, os outros distritos ainda tem uma taxa baixa, estamos a falar de Nacala, com 16 por cento e a cidade de Nampula com 33 por cento. Perfazendo uma média de toda a província de Nampula em relação a taxa de ocupação rondamos os 29.5 por cento”, explicou.
Na passada segunda-feira (18), a Direcção Provincial da cultura e Turismo arrancou com a campanha de boas vindas no Aeroporto de Nampula aos turistas que durante o período das festas escalam a província.
Há “Moyone” na Migração
A Direcção Provincial da Migração (DPM) de Nampula desenhou um plano operativo denominado “Moyone”, que tem em vista responder a demanda das pessoas que procuram pelos serviços, como também zelar pelas entradas, permanência e saídas dos cidadãos estrangeiros no território nacional, em particular para a capital do norte de Moçambique.
Assim, a porta-voz da DPM, Enércia Nota, disse que foram reforçadas algumas equipas nos postos de travessia e também em locais fixos, estando neste momento, a trabalhar com outras forças de segurança de Moçambique, de forma a garantir que as festas sejam passadas sem sobressaltos.
“No que tange ao posto de travessia no aeroporto internacional que tem registado maior índice de entradas e saídas, reforçamos os turnos. Anteriormente trabalhávamos com dois turnos e houve necessidade de aumentar igual número e agora estamos com quatro. Estamos em prontidão, a fazer 24 horas para garantir que todo viajante siga sem sobressaltos”, avançou.
A porta-voz prevê que nesta quadra festiva haja maior fluxo migratório, daí que esclarece que houve a necessidade de reforçar recursos humanos nos principais postos estabelecidos para a fiscalização, e reforço em três viaturas, “na medida em que nos apercebemos que alguns cidadãos olham para os distritos como ponto de refúgio, mas nós estamos em todos pontos e cantos para fazer essa fiscalização porque é de lei”, disse.
No presente ano, a DPM realizou 1.842 fiscalizações contra 2.064 do ano anterior. Nesse período foram inspecionados 29.010 contra 17.125 cidadãos estrangeiros de nacionalidades distintas.
“Neste âmbito foram lavrados 543 contra 448 autos de notícia. Foram retidos 43 contra 53 e como consequência foram repatriados 149 contra 161. Encaminhados ao repatriamento 101 contra 114, recusados 10 contra zero, reembarcados dois contra 35, interditos a saída quatro contra zero de igual período de 2022”, revelou.
Segundo a mesma, uma das principais infracções tem sido a permanência ilegal e a imigração clandestina, principalmente de cidadãos de nacionalidade congolesa.
“Segundo a triagem que temos feito, eles simplesmente justificam que, preferem arriscar em busca de melhores condições de vida”, afirmou. (Ângela da Fonseca)