Nampula: Lixo continua a ser um embaraço entre Vahanle e seus eleitores

Nampula (IKWELI) – A demora na remoção de resíduos sólidos na cidade de Nampula continuam sendo uma preocupação para os moradores locais, pois apontam que a situação tem sido responsável pela eclosão de doenças de origem hídrica, sobretudo a cólera que nos últimos dias tem vindo a fazer das suas na urbe.

Por exemplo, o cruzamento entre as avenidas Monomotapa e Josina Machel, bem atrás da Sê Catedral de Nampula, encontra-se cheio de lixo, e em certos casos lixo com características não urbanas, ou seja, que não aparenta ter sido produzido por moradores daquele ponto da cidade.

Manuel Tadeu, residente na cidade de Nampula, aponta não estar a ver melhorias no processo de remoção e tratamento de resíduos sólidos, e considera a situação como sendo “preocupante”, porque, para alem das doenças que podem advir por conta do lixo, o mesmo bloqueia a transitabilidade nas ruas da cidade.

“A falta de remoção do lixo pode, sim, comprometer a manter o presidente a dirigir a cidade de Nampula, porque não é isso que o munícipe esperava e as promessas foram muito boas e enganadoras. Nós esperávamos estradas boas, ruas limpas e outras promessas que hoje não estão sendo cumpridas”.

Os comerciantes ambulantes, também, têm o seu negócio afectado, tal como narrou Aiuba Zacarias, que vende ovo cozido pelas ruas da cidade de Nampula. “Os meus clientes sentem-se desconfortáveis porque as moscas provocadas pelo lixo pousam sobre o ovo que estou aqui a revender e cria mau cheio”.

No cruzamento entre a avenida Josina Machel e rua Dar-És-Salam, a situação, também, é idêntica, mas os moradores acreditam que o lixo não está sendo depositado por eles.

O senhor Lino que residente ao longo da avenida Josina Machel disse que aquele ponto não tem um contentor de lixo, tanto é que havendo o lixo não estaria espalhado.

Igualmente, o nosso interlocutor acha anormal a quantidade do lixo que ali se amontoa e as suas características, mas anota que, vezes há, em que o município fica perto de uma semana sem retirar os resíduos sólidos.

Estas reclamações, também, apuramos dos moradores do bairro de Muahivire, o qual, em vários pontos notam-se montes de lixo.

Os rios não escapam

Os rios que correm na cidade de Nampula, também, não escapam. Andam entupidos de lixo, ainda que haja algum esforço da edilidade para garantir a limpeza.

O rio Muhala, que tem morador nas suas bermas, é o exemplo disso, e preocupa aos munícipes o facto de a edilidade estar indiferente, uma vez que, segundo afirmaram, maior parte das pessoas que vivem no bairro de Muahivire depositam o lixo no rio Muhala, situação que se agrava com a falta de contentores de lixo.

Fátima Saíde, residente nas imediações do rio, disse que “por causa do lixo que é lançado aqui a água fica estagnada e cria mau cheiro, mosquitos baratas e insetos, isso é muito perigoso para a saúde das nossas crianças. Nós que vivemos aqui, semanalmente, levamos as crianças para o hospital por causa de tosses, malária e problemas de pele por causa desta situação”.

As palavras de Fátima foram secundadas por Lázaro, que disse temer que a água que consomem estar contaminada por, também, ser frequente casos de diarreia, por isso pede ao município para intervir. Mas Sara Massute dúvida que o município faça algo, uma vez ter afirmado que o problema é do conhecimento do município.

“O município já sabe disso, está não é a primeira vez que jornalistas falam sobre isso, nós estamos cansados, vamos acabar morrendo de doenças aqui, este lugar é de doenças. Aqui deita-se todo tipo de lixo, aquela água já não passa por causa de lixo, apodrece e só nos causa doenças”, concluiu a entrevistada.

O que diz a edilidade?

Os gestores da autarquia encontram uma justificação para a situação de proliferação de lixo, apontam haver uma situação de lixo estranho que tem sido depositado na urbe.

Nelson Carvalho, director de Comunicação e Imagem da autarquia da cidade de Nampula, anota que “nós sabemos que estamos num período eleitoral. Há momentos em que do nada há um local transformado em lixeira, mas se fazermos análise do lixo que é depositado no local tem a origem desconhecida, exemplo disso é a rua da embaixada, próximo do centro de conferência da Universidade Rovuma, as ruas entre Monomotapa e Josina Machel e outros locais que depositam o lixo no passeio. Esta é uma situação que já nos chegou, mas estamos a trabalhar no sentido de identificar estas pessoas para saber o objectivo obscuro e serem penalizadas. Há dias, o lixo que se encontra no muro da igreja católica foi arrastado para o asfalto com intenção de destruir o asfalto e piorar a situação de buracos na nossa cidade”.

Carvalho assegura que “reconhecemos que é um trabalho que precisamos de envidar esforços, mas essas situações tem fragilizado o esforço que o município da cidade de Nampula tem feito e queremos assegurar de que a nossa missão é cidade de Nampula sem lixo e vamos continuar a trabalhar com os nossos parceiros para construção do nosso aterro sanitário”. (Nelsa Momade e Virgínia Emília)

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