Religiosos exigem fim das matanças em Cabo Delgado

Pemba (IKWELI) – Diferentes confissões religiosas com sede e representação na cidade de Pemba, norte de Moçambique, reuniram-se no primeiro dia do ano de 2019 para exigir o fim da instabilidade que se vive nos distritos do norte de Cabo Delgado, incluindo as matanças e perseguições decorrentes.

Representando o Conselho Cristão de Moçambique (CCM), a Igreja Católica, as comunidades Muçulmana, Hindu e Sant’ Egídio, os religiosos apelaram o envolvimento de todos os sectores da sociedade para a solução do problema.

No 1º de Janeiro de cada ano, o mundo assinala o Dia da Paz, por isso as confissões religiosas aproveitaram a ocasião para, com cartazes, dísticos, cânticos e outras mensagens, exigir de quem de direito para encontrar uma solução para o conflito sem rosto que se vive em Cabo Delgado.

Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo da Diocese de Pemba, nega que a insurgência que se vive em algumas regiões de Cabo Delgado tenha ligações com assuntos religiosos.

“Aqui em Cabo Delgado não há guerra entre as religiões. Nós estamos sempre unidos. Nós emanamo-nos sempre pela paz. Estamos sempre juntos, buscando a Justiça social, buscando o bem da população”, disse o clérigo.

O representante da comunidade muçulmana, Sheikh Eduardo Caribe, também fez um apelo: “Nós estamos em crise, respeitados irmãos, esta paz que nós queremos, falamos e cantamos, ainda não materializamos. Precisamos de gente consciente para poder dizer basta a guerra e isto ser materializado”.

Outro sim é que os religiosos se referiram aos conflitos eleitorais que o país vive, ciclicamente, desde 1994.

2019 É um ano, particularmente, importante para Moçambique, devido à realização das eleições Gerais, Legislativas e das Assembleias Provinciais, por isso mesmo os participantes da marcha entendem que o bom senso deve prevalecer nas instituições que lidam com o processo para que tudo decorra ao agrado da maioria  e que a vontade popular não seja subvertida.

“Se o país pretende uma verdadeira paz é necessário que a sociedade una esforços para que situações que marcaram negativamente as eleições autárquicas de 2018 sejam evitadas”, advertiu o representante do Conselho Cristão de Moçambique em Cabo Delgado, Emerson Ubisse.

“Essas eleições vão ser muito decisivas, vão ser muito concorridas e isso pode levantar bastantes ânimos. Temos que ter aprendido alguma coisa das eleições autárquicas, senão vamos reproduzir aquelas praticas de violência, aquilo tudo que marcou negativamente as eleições”. (Delfim Anacleto)

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