Nampula (IKWELI) – Um universo de cerca de 6000 (seis mil) pessoas ficaram ao relento na sequência da destruição das suas habitações por causa das chuvas intensas que se registam na província de Nampula, acompanhadas de ventos fortes e de descargas atmosféricas, desde o mês de Outubro do corrente ano.
Os distritos mais afectados pelas intempéries são os de Memba, Rapale, Monapo, Angoche, Mecubúri, Malema e Moma, onde foram destruídas perto de 1200 (mil e duzentas) casas da população, na sua maioria de construção precária.
Para além da destruição das habitações da população, as primeiras chuvas registadas na mais populosa província de Moçambique destruíram, igualmente, infraestruturas públicas, com principal enfoque para arruinação de mais de 40 salas de aulas, bem como três unidades sanitárias, essa última componente nos distritos de Angoche, Rapale e Mecubúri.
A informação foi tornada pública nesta quarta-feira (28), por Alberto Armando, delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos do Desastre (INGD) em Nampula, no decurso da reunião do Centro Operativo de Emergência Provincial (COEP).
A fonte não referenciou, entretanto, os dados relacionados com danos humanos, pelo facto de ainda estar-se na fase de compilação de informações vindas dos distritos.
“Temos a referir que o desempenho, em termos de precipitação, de Outubro a Dezembro, comparativamente a época passada, houve um desempenho positivo naquilo que é o registo de precipitação. Nos distritos com estações de observação do INAM (Instituto Nacional de Meteorologia) há registo de chuvas que são significativas comparadas com o igual período do ano passado e essas chuvas que caíram durante este período já mostram-se com algum impacto em termos de habitação da população, principalmente nos distritos de Memba, Mecubúri, Malema, Moma, Angoche, Monapo, só para citar, também o distrito de Rapale”, começou por contextualizar Alberto Armando.
“As principais ocorrências são ventos fortes, chuvas intensas e descargas atmosféricas. São dados que estão em compilação, já tivemos alguns dados preliminares que os distritos partilharam, mas estão em processo de validação para posterior partilha, são mesmo dados provisórios. Por exemplo, para a educação, estamos a falar de perto de 43 salas de aula que ficaram afectadas. No sector de saúde estamos a falar perto de três unidades sanitárias que ficaram afectadas e uma delas está em Angoche, temos aqui em Rapale e Mecubúri e, também, temos algumas casas da população. Nesta fase, estamos a falar de cerca de 1192 casas, maior parte delas de construção precárias que ficaram afectadas e um universo de cerca de 5792 pessoas afectadas, até neste momento, como dados preliminares. São dados que estão em processo, e posteriormente serão divulgados. Algumas ocorrências são de dois e três dias atrás, e o processo de validação está ainda em curso”, prosseguiu a fonte.
No plano de contingência do INGD prevê-se que, pelo menos, 20000 (vinte mil) pessoas sejam afectadas no período chuvoso de 2022/23, isso para o primeiro cenário, sobre chuvas intensas, ventos fortes e inundações, nas vilas e cidades da província de Nampula, segundo recordou Alberto Armando. “Teremos alguns distritos a registar chuvas normais com tendência para chuvas anormais parte do interior e a parte sul da província de Nampula, a parte central da província de Nampula há previsão de registo de chuvas anormais, enquanto que a parte costeira, mais a norte da província de Nampula, poderá registar chuvas normais com tendências para abaixo do normal. Este é o quadro geral que pode nalgum momento sofrer uma alteração em função, eventualmente, por exemplo se houver a formação de um sistema tropical que possa afectar a nossa região”.
Segundo recordou ainda o delegado do INGD em Nampula, “o plano de contingência para dar resposta a essas situações com base nas quatro actividades prioritárias, que é a questão de monitoria e emissão de aviso, temos a componente de, em caso de necessidade, busca e resgate, temos a componente de assistência humanitária nas primeiras 72 horas. Para essas actividades críticas o plano de contingência prevê uma necessidade, em termo orçamental, de perto de 43 milhões de meticais”. (Constantino Henriques)