Cancro da mama continua a segunda maior causa de morte no mundo

Nampula (IKWELI) – O mês de outubro, também conhecido por “Outubro Rosa”, é o mês de conscientização sobre o cancro da mama, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a primeira ou segunda causa principal de morte de mulheres em 95% dos países. 

O Outubro Rosa foi instituído no ano 1990, e durante o mês, várias iniciativas são desenvolvidas com vista a reduzir o número de mulheres com a doença.

Segundo as nações unidas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou no ano 2023, o novo quadro da iniciativa global do câncer de mama, através do qual pretende até 2040 atingir a meta de salvar 2.5 milhões de vidas atingidas pela doença. 

Atento a isso, o Ikweli saiu as ruas para perceber de algumas mulheres, sobre o nível de conhecimento e prevenção da doença. Mulheres com idades compreendidas entre 30 a 69 anos de idade, residentes em Nampula, região norte do país, abstêm-se do tratamento e controlo da prevenção do cancro da mama, por conta do desconhecimento dos benefícios da consulta.

Segundo apurou o Ikweli, a fraca campanha de consciencialização sobre o programa de rastreamento e prevenção do cancro da mama, com destaque para mulheres e homens das zonas recônditas, ainda constitui um desafio.

“Tenho conhecimento sobre a existência de cancro da mama, apesar disso nunca fui ao hospital para o rastreio, porque não tenho sintomas e receio porque tenho pânico do hospital”, contou Solange Adérito.

Na sua locução, Solange Adérito apela aos profissionais de saúde na promoção da campanha sobre o rastreio do cancro da mama e útero que, principalmente, afecta as mulheres e uma parte dos homens. “Para fazer o rastreio é complicado, e no meu caso, sinceramente falta-me coragem, daquilo que tomei conhecimento a partir de outras mulheres, dizem que uma pessoa afectada por esta doença passa por vários procedimentos e a sua cura é difícil”.

Com apenas 36 anos, Suzana do Rosário, que mostra desconhecimento dos riscos do cancro da mama, disse que “nunca me interessei em fazer o rastreio de qualquer tipo de cancro, talvez porque não sei dizer quais são os sintomas, mas já ouvi falar desta doença”.

Outras mulheres defendem que se alastrem mensagens apelativas de forma frequente para que além do mês de outubro, em todos os meses, se realizem palestras nos centros de saúde e nas comunidades para o combate ao cancro da mama.

“Nunca fiz consulta de cancro de mama, porém, o governo através da área de saúde deve continuar a pautar em ações de sensibilização sobre os vários problemas de saúde, com vista a abranger a população que vive na zona de difícil acesso a informação e outros serviços básicos, só assim mulheres e homens podem fazer consulta sobre qualquer tipo de cancro”, disse dona Arminda José, a qual acrescentou que “na minha família, há 2 anos, uma prima perdeu a vida por padecer do cancro de mama e depois de várias consultas no hospital central de Nampula, então o cancro é um problema de saúde que afecta todo mundo sobretudo a fase adulta”.

Porque o cancro da mama é um desafio que assola mulheres e homens de diferentes classes socais, Joanete Rombe, mais conhecida por Juju Rombe, uma atriz e apresentadora que enfrentou o cancro da mama e, através da associação Renascer com a Juju, uma iniciativa que visa ajudar mulheres a aderirem ao tratamento de forma precoce tem desenvolvido diversas iniciativas com vista a conscientizar a sociedade sobre a doença. 

Juju conta, através das suas redes socias, que quando descobriu que tinha cancro, o seu mundo desabou, pois, “o meu maior terror era morrer e não conseguir cuidar do meu filho, não morrer e não poder abraçar a minha família”.

Rombe conta ainda que não deixou a notícia a abalar, mas usou sua dor para ajudar outras mulheres com cancro. “A minha dor passou e o medo desapareceu, senti-me naquele momento forte e bem capacitada para intervir na vida de mulheres com cancro. Fui operada, tirei a mama, mas nada disso desmoralizou-me. Muito pelo contrário, senti-me cada vez mais forte, na linha da frente contra este maldito demónio”.

Enquanto isso, Cármen Loureiro, uma mulher residente na cidade de Nampula, perdeu a sua irmã, de 36 anos de idade, vítima da doença. “Minha irmã descobriu o cancro da mama em 2020. Os médicos cá em Nampula aconselharam a viajar para a província de Maputo para ter novas informações”.

Entretanto, Cármen acredita que o diagnóstico do cancro da mama por parte de sua irmã, afectou psicologicamente a família. “O cancro foi um trauma e actualmente ainda carrego, foram momentos difíceis e este problema ainda continua a apoquentar outras mulheres em Nampula. No entanto, em homenagem as mulheres que padecem do cancro da mama, no dia 25 de Outubro vai decorrer uma visita ao Hospital Central de Nampula, com objectivo de encorajar o tratamento, controle e prevenção do cancro de mama”. (Nelsa Momade)
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