Nampula (IKWELI) – Um jovem de 21 anos de idade, residente em Napipine, na cidade de Nampula, encontra-se a ver o sol aos quadradinhos nas celas da 1ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), indiciado de ter esfaqueado a sua própria patroa, com recurso a uma faca, por causa de 4.900,00Mt (quatro mil e novecentos meticais).
O incidente ocorreu na noite do último domingo (26), na zona residencial da Academia Militar, nos arredores da cidade de Nampula.
A informação foi avançada nesta terça-feira (28) pelo chefe do departamento de Relações Públicas do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma conferência de imprensa.
“Estamos diante de um indivíduo que teria observado os movimentos da sua vítima, que levantou um valor de 4 mil meticais num agente de moeda electrónica. O indiciado seguiu a vítima até à sua residência, escondeu-se debaixo da cama e, quando a vítima percebeu um movimento estranho, ele tirou a faca e começou a esfaqueá-la”, disse Dércio Samuel.
Samuel explicou que a PRM tomou conhecimento do incidente através de uma denúncia feita pelo esposo da vítima, o que permitiu a neutralização do indivíduo.
A nossa equipa de reportagem entrevistou o indiciado, de 21 anos de idade, que confessou o crime e contou como tudo aconteceu. “Estou aqui porque esfaqueei alguém dentro da sua casa. Como eles estavam a dormir, entrei no quarto, encontrei a carteira e levei o dinheiro cerca de 4.900,00Mt (quatro e novecentos meticais). Eu vivia nesta casa. Foi num domingo, quando estava a regressar da igreja. Quando os donos me viram, começámos a lutar. A sorte dela é que a minha faca caiu, mas depois apanhei e piquei-a.”
Na mesma ocasião, a polícia apresentou ao público mais dois indivíduos: um acusado de burlar quatro jovens em valores que variam entre 70.000,00Mt (setenta mil meticais) e 80.000,00Mt (oitenta mil meticais), e outro indiciado de venda ilegal de fármacos.
Segundo Dércio Samuel, o primeiro indivíduo prometia ajudar as vítimas a ingressarem no Instituto de Formação de Professores, no distrito de Monapo, e também nas vagas da PRM.
“O indivíduo é acusado de burlar quatro pessoas em valores entre 70 e 80 mil meticais, prometendo ajudá-las a ingressar no Instituto de Formação de Professores em Monapo. As promessas nunca foram cumpridas, e as vítimas acabaram por denunciá-lo. A polícia continua a trabalhar para neutralizar outros integrantes da quadrilha, pois suspeitamos que existam cúmplices, alguns dos quais poderão estar ligados ao Instituto”, explicou o porta-voz.
O Ikweli entrevistou o indiciado, de 29 anos de idade, que também confessou ter burlado apenas três pessoas no valor total de 50.000,00Mt (cinquenta mil meticais), todas interessadas em ingressar no Instituto de Formação de Professores.
“Estou aqui por causa de burla. Não tenho nenhuma ligação com o Instituto. Apenas recebia o dinheiro e não o fazia chegar. Fiz isso com três pessoas, num total de 50 mil meticais. Uma delas chamou a polícia. O caso da PRM não é comigo nunca burlei ninguém lá.”
O outro detido é acusado de venda ilegal de fármacos pertencentes ao Sistema Nacional de Saúde. Suspeita-se que trabalhava em coordenação com um técnico de saúde do Centro de Saúde 25 de Setembro, na cidade de Nampula, com o objetivo de comercializar os medicamentos nos distritos.
“Fui neutralizado quando tentava vender os medicamentos no posto administrativo de Anchilo. Estavam na minha pasta. Um técnico do Centro de Saúde 25 de Setembro entregou-me os produtos para eu vender e depois dividir o dinheiro com ele”, confessou o indiciado.
Ainda em Nampula, a Polícia da República de Moçambique apresentou mais nove indivíduos, com idades entre 21 e 30 anos, indiciados em roubos na via pública, em residências e estabelecimentos comerciais.
Todos serão responsabilizados criminalmente.
Segundo Dércio Samuel, a maior parte dos detidos são reincidentes nas malhas da PRM, acusados de furtar motorizadas nas vias públicas para posterior comercialização em diferentes pontos da província de Nampula.
A fonte garantiu que decorrem acções de recolha das motorizadas comercializadas ilegalmente, com vista à sua devolução aos legítimos proprietários.
Vários bens roubados em diversos pontos foram recuperados pela polícia, incluindo colunas de som, televisores plasma, quantidades significativas de drogas, valores monetários, armas brancas (como catana e facas), alicates, tesouras, medicamentos do Sistema Nacional de Saúde, cosméticos e outros artigos. (Virgínia Emília)






