Nampula (IKWELI) – O docente universitário e pesquisador, Amarildo Taquidir de Gussule, formado em História Política e Gestão Pública e doutorado em Inovação Educativa, entende que em Moçambique “não existem docentes investigadores, mas sim universitários”, alegadamente porque falta motivação às pesquisas.
Gussule falava durante uma conferência de imprensa, onde explicou que não faz nenhum sentido, ao nível deste país africano, não existir uma universidade ou instituição do ensino superior moçambicana, que se destaca, pois entende que o trabalho pesquisador em Moçambique caracteriza-se por baixa qualidade.
“Hoje em dia o que existe mais são docentes universitários, não existem investigadores, porque não se justifica ao nível da África não aparecer nenhuma universidade moçambicana, quer dizer que a nossa pesquisa está muito delimitada, o ensino ocorre enquanto os dois pilares, que são investigação e extensão universitária, estão em dia. Há pouca produtividade.”
Na sua intervenção, sublinhou que um dos principais factores que contribui para a falta de docentes investigadores, tem a ver com a falta de subsídios de investigação, desmotivação salarial, falta de transporte e de consideração, por parte das instituições públicas e privadas do ensino superior.
“Há muitas instituições que não motivam o processo de pesquisa, porque os docentes não têm subsídios de investigação e para investigar é necessário que haja um orçamento, por isso que as instituições do ensino superior em Moçambique, só pautam-se pelo processo de ensino e aprendizagem, e não pela investigação e extensão na comunidade e isso, em algum momento, fere aquilo que é a qualidade dos docentes universitários”.
Na ocasião, a fonte defendeu que “um docente deve ser um investigador dentro de uma instituição.” (Virgínia Emília)