Nampula (IKWELI) – A província de Nampula, no norte de Moçambique, prevê que mais de um milhão e cem mil (1.100.000) pessoas sejam afectadas na época chuvosa e ciclónica 2025-2026, tendo em conta as previsões meteorológicas que apontam para ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal, nos meses de Janeiro a março do próximo ano.
A província de Nampula tem sido frequentemente afectada por inundações, normalmente influenciadas pelas ocorrências de ciclones. O evento climático que até agora deixa péssimas recordações aos nampulenses é o ciclone Jude, registado entre os dias 10 e 11 de março do ano em curso, tendo provocado perda de vidas humanas, destruição de infraestruturas públicas, habitação das populações, para além de áreas de cultivo.
Para a época 2025-2026, apesar de ainda não se ter previsto a ocorrência de ciclones, espera-se que a precipitação até aqui observada possa provocar cheias nas principais bacias hidrografias da província, concorrendo na destruição de bens das populações em zonas de risco.
Para dar resposta aos impactos da próxima época chuvosa e ciclónica, o governo da província de Nampula necessita de um montante avaliado em cerca de 12,6 mil milhões de meticais, um valor que ainda não existe.
Essas informações foram tornadas pública nesta segunda-feira (29), pela delegada provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Anacleta Botão, durante a sessão do Comitê Operativo de Emergência (COE) que teve o único ponto de agenda, apresentação do Plano de contingência da província de Nampula referente a época chuvosa e ciclónica de 2025-2026.
“Nós neste momento olhamos para aquilo que vivemos na época passada e num cenário em que até então ainda não foi avançado a probabilidade de ciclone, só temos chuvas e fizemos um exercício de perceber se com a chuva que nós temos, num cenário de ciclone numa magnitude idêntica ao de Jude, vimos que a província irá precisar de um esforço para responder a altura. Por isso é que estimamos em cerca de 12 mil milhões para fazer face a resposta imediata, em todas as componentes que são referenciadas na fase de emergência”, disse Anacleta Botão, delegada do INGD em Nampula.
A sessão do COE desta segunda-feira foi dirigida pelo Secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Pereira. Na ocasião, Pereira exortou a união entre todos intervenientes, destacando o próprio governo e os parceiros de cooperação, por forma que sejam encontrados recursos necessários para a pronta intervenção, em situação de emergência. Alias, o governante reconhece que os parceiros têm desempenhado um importante papel na mitigação de alguns impactos vindos dos eventos climáticos que têm fustigado a província.
“Compreende-se quando chega aquela altura todos noosqueremos fazer, todos noos estamos preocupados, mas em momentos de crise temos que melhorar a coordenação, sobretudo aqui na provincia de Nampula tem sido um desafio, acredito que vamos chegar a experiencia de Cabo Delgado para melhorar a nossa coordenação aqui, também”, referiu o governante, destacando, também, a importância do fluxo de informação entre as partes.
“A informação tem que fluir para nós podermos actuar, e os detentores da informação têm que circular toda informação para em tempo útil podermos actuar para em tempo útil podermos intervir e evitar-se o pior”, referiu Plácido Pereira. (Constantino Henriques)