Nampula (IKWELI) – O distrito de Malema, na província de Nampula, está a investir na revitalização da produção de batata reno, com vista a recuperar o estatuto de referência regional conquistado no passado.
A aposta recai, numa primeira fase, sobre uma nova variedade sul-africana denominada “mondial”, numa iniciativa que conta com o apoio da Direcção Provincial da Agricultura e Pescas de Nampula, em experiência desenvolvida no povoado de Muihissa, localidade de Nataleia, num projecto denominado “Solidariedade”.
Numa primeira fase, a implementação da variedade está a ser testada num campo de um hectare, dividido entre cinco produtores, cada um com uma parcela de 0.2 hectare, esperando-se colher nessa extensão de um hectare, uma média de 40 toneladas.
De acordo com António do Rosário Ipo, Director Distrital de Actividades Económicas de Malema, a aposta nesta experiência visa resgatar a imagem do distrito como um dos principais centros produtores da batata Reno no país. “Qual é a nossa ideia?”, questionou, antes de explicar que “na verdade, Malema já foi um distrito de referência na produção de batata reno na região norte, deixando a província do Niassa. Principalmente para a província de Nampula, este foi o melhor distrito de todos os tempos, mas a dado passo fomos perdendo as variedades e hoje queremos retomar, tendo em conta o valor energético da batata-reno para as pessoas.”
Ainda segundo o dirigente, que considera a variedade “mondial” como tendo um grande potencial produtivo, a acção também contempla o estudo das pragas e doenças que possam afetar a variedade, bem como a sua adaptação ao solo e clima da região. “Nós vamos avaliar quais são as pragas e doenças que podem nos afectar e depois qual vai ser o rendimento, mas em princípio, numa única campanha pode-se colher por volta de 40 toneladas por hectare, segundo a potencialidade da variedade lá de onde está a vir, e nós vamos ver se se aproxima ou passa, dependendo dos cuidados e do solo, pode passar essa quantidade,” explicou.
Entretanto, pese embora a primeira experiência seja feita com uma variedade estrangeira, Ipo frisou que o projecto contempla também, em fases subsequentes, a utilização de variedades nacionais. “Com o apoio da Direcção Nacional de Agricultura e Pescas de Nampula, espera-se materializar mais ensaios ainda no ano em curso e futuramente Malema tornar-se fornecedor das demais províncias do país,” avançou.
Por sua vez, Matias Domingos, um dos cinco produtores beneficiários da semente sul-africana, mostrou-se confiante com os resultados. “Eu estou muito feliz com o apoio que recebi e, com esta área de 0.2 hectare, espero produzir 8 toneladas de batata,” disse.
Quem também se mostrou satisfeito com a experiência, foi o Director Provincial da Agricultura e Pescas de Nampula, Manuel Chicamisse, quem visitou o campo para acompanhar os primeiros resultados. “Tornar Malema uma referência nacional de batata reno constitui uma das prioridades do quinquénio,” afirmou, tendo continuado com a garantia de que, “O objectivo agora que Malema tem é visitar Angónia, Tete. Eles têm a impressão de que apesar de estar a testar a semente sul-africana de batata, a semente de Angónia que é local, seja mais adequada para aqui e nós como Direcção Provincial, vamos garantir e criar condições para que Malema se desloque a médio prazo para o distrito de Angónia onde vai trocar e trazer para cá a semente de Angónia.”

Na ocasião, Chicamisse encorajou os produtores a manterem o engajamento e garantiu regressar em setembro para testemunhar a primeira colheita. “O que nós estamos a ver aqui, segurem bem. Estou muito satisfeito com o que vi e quero estar presente na primeira colheita, vamos mostrar ao mundo que a batata realmente é de Malema,” reiterou. (Isidora Fernando)