Infra-estruturas e serviços destruídos por manifestantes fazem falta a população de Nampula

Nampula (IKWELI) – A fase Turbo V8 das manifestações convocadas e dirigidas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não aceita derrota nas eleições de 9 de outubro passado, deitaram a baixo várias infra-estruturas, públicas e privadas, incluindo serviços ao nível do maior círculo eleitoral do país, a província de Nampula.

Essa destruição e vandalização já está a afectar o dia-a-dia da população local, a qual não vê, em certos pontos, onde recorrer para participar um acto criminal, ter acesso aos serviços de saúde, ou então consultar um processo de aluno em certas escolas.

Na cidade de Nampula, por exemplo, o bairro de Namicopo ficou sem duas esquadras, a 3ª Esquadra e a 5ª Esquadra, porque os manifestantes destruíram, o que fez com que denúncias de actos que criminais que ali tinham sido feita sumissem com a chama do fogo posto.

Estado em que ficou a 3ª Esquadra, em Namicopo

Ainda em Namicopo, o Centro de Saúde de Namicopo foi, também, vandalizado, incluindo a casa de hospedes do bispado e uma farmácia assegurada pela igreja católica.

Neste contexto de segurança, foram queimados postos policiais de 22 de Agosto e o de Muatala.

Estado a que se encontra o posto policial 22 de Agosto

Por outro lado, há o caso das escolas secundárias de Nampaco, Cossore, Mapara e 22 de Agosto que foram vandalizadas, o que poderá afectar o início das aulas no próximo ano lectivo. O mesmo verificou-se com as escolas primárias Maria da Luz Guebuza e a de 22 de Agosto.

O conselho autárquico da cidade de Nampula viu dois edifícios de igual número de postos administrativos (Namicopo e Muatala) serem queimados pelos manifestantes.

Na vandalização da Escola Secundária de Nampaco, os supostos manifestantes atearam fogo ao bloco administrativo, biblioteca escolar, para além de parte das salas de aulas. Trata-se de um acto que não só culminou com a destruição da infraestrutura, como também arruinou os processos e outros documentos vitais para aquele estabelecimento de ensino público.

Estado que se encontra a escola secundária de Nampaco

O cenário observado na Escola Secundária de Nampaco é idêntico ao observado na Escola Primária Maria da Luz Guebuza, Escola Secundária 22 de Agosto e Escola Primária 22 de Agosto. Já para a Escola Secundária de Maparra e de Cossore, a fúria dos supostos manifestantes abrangiu, apenas, a parte do bloco administrativo.

No que diz respeito às esquadras e postos policiais, dos locais que o Ikweli visitou nota-se uma total destruição, o que obrigou para que as respectivas zonas residenciais ficassem à sua sorte.

No sector da saúde, o único caso que o Ikweli testemunhou é a vandalização do Centro de Saúde de Namicopo. Logo na entrada daquela unidade sanitária deparamo-nos com documentos e fármacos espalhados no recinto hospitalar. Como consequência daquele acto, nenhum profissional de Saúde se encontra a prestar cuidados médicos em Namicopo. Aliás, há um total abandono da maior unidade sanitária do bairro de Namicopo, senão os militares que vão garantindo a segurança no local.

Centro de Saúde de Namicopo

As infraestruturas do sector privado, também, não escaparam da vandalização, com destaque para estabelecimentos comerciais, onde, não só houve a destruição, mas também o roubo dos bens que lá exisitiam.

Face a esse rumo de acontecimentos, os munícipes de Nampula mostram-se preocupados com o futuro da vida na cidade. Eles antevê um sofrimento desmedido nos próximos tempos, começando mesmo pelo sector de educação, na sequência da destruição de algumas escolas que, em caso de não funcionarem, vai implicar na superlotação nas escolas que não afectadas.

Os moradores de Namicopo, por exempplo, disseram estarem a sentir impactos negativos imediatos das destruições. Para o sector de saúde, agora viram a distância ampliada para terem acesso aos cuidados de saúde, recorrendo assim o Centro de Saúde 1º de Maio, Centro de Saúde 25 de Setembro, entre outras alternativas.

“Estamos a passar por uma situação extremamente grave porque estamos sem nenhuma instituição pública em funcionamento em Namicopo. Ainda preocupa-nos a vandalização de estabelecimento comerciais,porque agora tudo que precisamos comprar recorremos ao centro da cidade, isso é grave”, explicou Rita José, moradora de Namicopo.

“Somos obrigados a comprar as coisas a custos elevados, o serviço de chapa-100 e moto-táxi também cobram preços elevados”, acrescentou a fonte.

Uma outra entrevistada que não revelou a sua identidade, por razões não avançadas, também entende que “com a vandalização do centro de saúde [de Namicopo] o sofrimento é maior para as mulheres que procuram pelos serviços de saúde materno-infantil”. (Constantino Henriques e Nelsa Momade)

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