Nampula (IKWELI) – Os munícipes da cidade de Nampula exigem que o novo governo reforce reformas significativas para erradicar práticas corruptas, especialmente nos serviços públicos, locais que os cidadãos consideram como sendo os mais críticos.
Um dos munícipes é o jovem Moisés Felisberto, operador de táxi-mota, que garante que está desiludido e não expecta alguma mudança. “Eu não tenho nenhuma expectativa, mesmo se o governo for novo, a minha esperança de mudança só existirá com um governo novo”.
Abdul Gonçalves, jovem desempregado, acredita que mudanças são possíveis e destaca a necessidade de priorizar a empregabilidade juvenil. “Espero muitas mudanças. Como jovem, o meu maior desejo é que os jovens com formação consigam emprego sem precisar pagar por vagas. Muitos de nós estamos qualificados, mas por não ter como pagar uma vaga continuamos desempregados”, destacou.
No entanto, o problema vai além do desemprego, muitos munícipes relatam que a corrupção está enraizada em sectores essenciais como saúde, educação e identificação civil e um dos que sustenta esta declaração é João Cossa, um jovem vendedor ambulante, que foi obrigado a pagar para passar de classe. “Eu era dedicado, mas mesmo assim precisei pagar para passar de classe, não é justo que precisemos pagar para ter algo que é nosso direito”.
Outra interlocutora é uma cidadã, mãe de 4 filhos, de aparentemente 40 anos de idade, que preferiu falar em anonimato, a qual declarou que “os professores pedem dinheiro para os alunos passarem de classe ou para melhorarem as notas. Eu não tenho como pagar e meus filhos acabam prejudicados. Isso tem que acabar”.
“Nos hospitais, se não dermos dinheiro, ficamos dias sem atendimento, ou não temos atendimento adequado. Vemos pessoas perderem a vida por não terem como pagar para serem tratadas, o próximo governo precisa ser implacável com isso”, disse Shunia, residente no bairro Namicopo.
Já o munícipe Moisés, exige que o novo governo crie um sistema rigoroso contra a corrupção, pois “queremos que o governo lute muito para evitar a corrupção porque já se normalizou, não será fácil, mas pedimos que elejam alguém para estar em todos os sectores para controlar, mas que seja alguém que não aceite ser subornado, ou montem câmaras em todos sítios para denunciar esses actos”.
As declarações dos munícipes surgem numa altura em se prepara o dia internacional de combate a corrupção que se celebra a 9 de Dezembro de cada ano e este ano, Moçambique celebra sob o lema “Unidos com a juventude contra a corrupção: moldando a integridade do amanhã”. (Ruth Lemax)






