Maputo (IKWELI) – A Confederação das Actividades Económicas de Moçambique (CTA) diz que as manifestações, que resultaram em paralisação económica no país, impactaram negativamente em 4 principais sectores da economia nacional, destacadamente o comércio, a restauração, a logística e transporte, atingindo um prejuízo de cerca de 24,8 mil milhões de meticais, o que corresponde a 2.2% do Produto Interno Bruto (PIB), colocando em risco o alcance da meta de crescimento económico de 5.5%, previsto para o presente ano.
De acordo com o presidente da CTA, Agostinho Vuma, que falava nesta terça-feira (12) numa conferência de imprensa em Maputo, as manifestações afectaram 151 unidades empresariais e perca de 1200 postos de trabalho em todo o país, sendo 80% na cidade e província de Maputo. “As vandalizações tiveram um custo de cerca de 45,5 milhões de dólares”, disse.
“Os operadores da região metropolitana de Maputo reportam o surgimento de portagens informais, e uma receita perdida de cerca de 417 milhões de meticais em 10 dias. A interrupção do tráfego no corredor de Maputo levou a redução do fluxo normal de camiões para o porto de Maputo, de uma média diária de 1100 para 300 camiões”, explicou a fonte.
O empresariado privado moçambicano apontou que o sector financeiro sofreu, igualmente, com a redução na procura de crédito e das transacções no mercado cambial em 75,3%, onde de uma média de cerca de 60 milhões caiu para cerca de 14 milhões de dólares nos dias 24 e 25 de outubro.
Para se recuperar das perdas, de acordo com Agostinho Vuma, a CTA criou um Gabinete de crise que tem como uma das atribuições propor medidas de índole fiscal, laboral, monitoria, segurança e administrativa. A fonte não terminou aí, chegou de propor a isenção do IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado] para os produtos da primeira necessidade principalmente para a população desfavorecida.
“A nível fiscal propõe-se a remoção do IVA nos produtos da primeira necessidade principalmente para a população desfavorecida, outra medida é a isenção de pagamento de encargo resultantes no atraso de pagamento fiscal, igualmente propõe-se a flexibilização de prazos expirados de documentos (visto e autorização), em instituições, como o serviço nacional de migração, bem como o reforço da segurança de património público e privado e a criação de corredores de segurança ao longo das principais vias, de forma a assegurar o transporte de bens e pessoas nos principais entrepostos comerciais”, referiu Vuma.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique, também, propõe a diminuição da taxa MIMO e a prática de taxa de juro especiais para agricultura, a redução do coeficiente de reservas obrigatórias de 39% até 20% em metical e 5% em dólar americano. (Antónia Mazive)
