Nampula (IKWELI) – O governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, disse, na manhã desta quarta-feira (19), no centro de deslocados de Corra e, no distrito de Meconta, que garantir saneamento de meio adequado para as comunidades é garantir a vitalidade da população.
“Estamos hoje aqui para assinalar o Dia Mundial da Latrina, data e efeméride instituídas pela Organização das Nações Unidas, que nos convoca, de forma directa, para uma reflexão séria sobre o papel do saneamento na dignidade humana, na saúde pública e no desenvolvimento sustentável das nossas comunidade,” disse o governante, reconhecendo que “celebrar esta data aqui, neste local que acolheu famílias provenientes de Cabo Delgado, é reconhecer a resiliência, a coragem e a esperança que caracterizam o nosso Povo. Cada família deslocada que aqui reergueu a sua vida representa um triunfo da dignidade humana.”
Segundo Abdula, “o Governo de Moçambique tem procurado assegurar que cada cidadão deslocado viva com dignidade e segurança. O Projecto Água Segura para Vilas e Zonas Rurais — financiado pelo Banco Mundial — integra exactamente esse compromisso. Graças a este esforço conjunto, estão a ser construídas 300 latrinas melhoradas e novas fontes de água potável, infra‑estruturas que significam mais saúde, mais segurança e mais esperança.”
“Nampula tem sido uma das províncias mais afectadas por doenças de origem hídrica. No distrito de Mogovolas, só até Março deste ano, a cólera tirou a vida a 45 pessoas. Em Angoche e Eráti tivemos igualmente casos de diarreia e outras infecções que poderiam ser evitadas com melhores condições de saneamento. Estes números não são estatísticas; são famílias, são histórias interrompidas. E é isso que nos obriga a agir com seriedade e urgência,” por isso “Cada latrina construída, cada torneira instalada, representa mais do que uma obra: representa um compromisso com a vida das pessoas.”
“As latrinas que hoje apresentamos fazem parte da solução. Com elas diminuímos a exposição a doenças, reforçamos a higiene e protegemos as nossas comunidades. Mas nenhuma obra substitui o papel das pessoas. A preservação da saúde depende, em grande medida, de cada família e de cada comunidade,” anotou o governador, concluindo que “temos de acabar com o fecalismo a céu aberto. Não por imposição, mas por consciência. Não por obrigação, mas por protecção. Mesmo onde os recursos ainda são escassos, promover a construção de latrinas com os meios disponíveis é um passo decisivo para transformar esta realidade. Aqui em Corrane, este esforço está a ganhar forma — e é um exemplo para toda a Província.”
Quem, também, interveio na ocasião é a gestora do Projecto Água Segura no Banco Mundial em Moçambique, Chantal Richey, que considerou a ocisão como um momento de reflexão sobre o acesso à água e saneamento do meio adequado.
Está fonte elucidou que no mundo, 3.4 mil milhões de pessoas ainda não tem acesso a sanitários adequados e “em Moçambique enfrentamos desafios idênticos, onde 39% da população tem acesso e em Nampula 25% das pessoas tem acesso a casas de banho adequadas e água potável.”
No entender dessa especialista de água e saneamento no Banco Mundial em Moçambique “é necessário mudanças imediatas,” por isso “estamos a trabalhar para expandir serviços WASH para as zonas rurais.”
Em Corrane, Chantel reconheceu que “a comunidade tem demonstrado resiliência incrível, mas ainda precisamos de saneamento adequado,” tanto é que está em curso a construção de 300 latrinas no centro de deslocados de Corrane, sendo que as obras deverão ser concluídas até janeiro de 2026.
Neste ano, o Dia Mundial da Latrina foi celebrado sob lema: “Sempre Precisaremos de um Sanitário”. (Redação)






