População invade delegação do INAS em Nampula por causa do dinheiro da covid-19

Nampula (IKWELI) – A cidade de Nampula acordou agitada na manhã desta segunda-feira (10), após dezenas de cidadãos invadirem as instalações do Instituto Nacional de Acção Social (INAS) para reivindicar o subsídio social da COVID-19, que até ao momento não foi depositado nas suas contas.

Segundo os entrevistados, a revolta surge porque, apesar de estarem inscritos no mesmo programa e na mesma mesa de registo, alguns beneficiários já receberam o valor, enquanto outros continuam sem qualquer sinal de pagamento.

Mediante esta situação, os populares prometeram não abandonar o recinto do INAS sem obter explicações concretas sobre os motivos da falta do subsídio.

Amina Albino Sualehe, residente do bairro de Muatala, relatou que “todas as minhas amigas já receberam, menos eu. Quando perguntamos ao delegado, ele disse que temos de esperar até dezembro. Não estamos a entender nada, por isso viemos aqui buscar respostas.”

Outro beneficiário, Rufino Francisco Jeque, contou que “a delegação que fez o registo no bairro deixou um número da linha verde (1458). Ligámos e disseram que, se até sábado o dinheiro não entrasse, devíamos contactar na segunda-feira. Fizemos isso e nos orientaram a vir até a delegação provincial do INAS. Chegando aqui, o delegado disse que não reconhece essa linha verde e que devemos esperar até 31 de dezembro. Isso deixa-nos muito confusos.”

Entre os manifestantes, também se encontrava o idoso Vitorino Abacar, que deixou a sua machamba para verificar se o valor já havia sido depositado. “Sou pobre e esse dinheiro seria útil para mim. Consultei a conta várias vezes e continua zero. Quero que as autoridades intervenham, porque há vizinhos que já receberam e outros, como eu, ainda nada. Estamos tristes e preocupados com essa situação”, desabafou.

Falando ao Ikweli, o delegado provincial do Instituto Nacional de Acção Social, Hassane Juma, reconheceu a existência de atrasos e explicou que o problema afecta uma pequena parcela dos beneficiários. “Dos 46 mil contemplados, cerca de 1.300 ainda não receberam. Como o processo é digital, estamos a verificar no sistema as causas dessa falha”, afirmou.

Segundo Juma, as razões podem variar. “Há casos em que os beneficiários não sabem manusear o sistema de pagamento via telefonia móvel, e outros em que há erros de registo. Estamos a trabalhar para identificar cada situação e garantir que todos recebam o devido valor.”

Juma assegurou, ainda, que, caso o valor não entre até ao prazo limite, o INAS irá contactar individualmente os beneficiários em falta para regularizar os pagamentos. (Malito João)

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