Nampula (IKWELI) – Decorreu nesta segunda-feira (6) na Universidade Rovuma um Seminário alusivo à semana da Paz, sob o lema: Diálogo, Unidade Nacional, Paz e Reconciliação onde foi discutido assuntos relacionados a paz e o lugar da academia no diálogo Inclusivo.
No evento, o pastor Kaluta Salimo afirmou que para Moçambique alcançar a paz é necessário se inspirar no ensinamento do Senhor Jesus Cristo que pregava o amor.
“Uma das primeiras coisas que pode nos levar a alcançar a paz é o amor, porque sem amor nada podemos como moçambicanos. O amor é algo que não tem a ver com a religião, porque é natural. Jesus vai ser aproximado e perguntado qual seria um dos maiores mandamentos e Ele disse que é o amor, portanto, sem amor vai ser difícil como moçambicanos alcançar os caminhos para consolidação da Unidade Nacional Paz e Reconciliação,” disse Salimo.
“Não existe amor sem misericórdia, se alguém tem amor a misericórdia também está com a pessoa. Se nós como moçambicanos e queremos alcançar algo melhor a primeira coisa é ter amor entre nós mesmos. Se não termos esta qualidade, este espírito de amor nem que possamos todos meios vai ser difícil de alcançarmos a paz,” acrescentou.
O pastor asseverou ainda que o amor e a misericórdia são temas muito preciosos que precisam ser cultivados diariamente, e precisa ser protegido por todos. “Nós quando estamos a viver precisamos entender que um homem que Deus fez segundo a sua imagem, não fez egoísta, mas fez para completar o outro homem.”
Aliado ao amor e misericórdia, a fonte sustentou que se o povo moçambicano quer alcançar a verdadeira paz é necessário praticar a justiça porque falta no dia-a-dia as pessoas são egoístas.
“As pessoas querem olhar em si mesmas, assim sendo, a justiça é direito de todos e quem quer a justiça deve ser primeiro a praticar. Se na verdade queremos que Moçambique possa viver uma paz que precisamos, a justiça é um dos elementos.”
Ao passo que o professor Pacoal Muibo considera o diálogo Inclusivo falhado pois, não foram consultadas as academias.
“No princípio, o diálogo como está instituído é inclusivo na medida em que todo o actor social está envolvido. Eu posso ir como popular também como academia e como academia não está claro porque academia iria como um Instituto com capacidade de investigar e trazer resultados. Assim sendo, a academia traria vários estudos e por via dos estudos serem desenhados em termos e referências,” disse Muibo.
Falando aos presentes, Muibo entende que “estamos diante de um diálogo político porque começa na inquietação política e os políticos se juntam e decidem que vamos dialogar e porque o diálogo entre eles seria incipiente pensaram em envolver as massas. A academia não recebeu um convite formal para tal e por isso o processo está falhado. Atribuir papel a academia seria ser academia fazer estudos e trazer resultados que seria objectivo do debate que não aconteceu,” sublinhou o académico criticando o processo de inclusão do diálogo.
O debate contou com a presença de estudantes de diferentes cursos de formação, docentes e a sociedade em geral. (Francisco Mário; Foto: Higino Carlos)