PR lança segunda unidade flutuante de produção de gás natural em Moçambique

Maputo (IKWELI) – O Presidente da República (PR) de Moçambique, Daniel Chapo, presidiu nesta quinta-feira (2) à cerimónia de lançamento do Coral Norte FLNG, a segunda unidade flutuante de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) instalada em águas profundas da Bacia do Rovuma. 

Segundo o estadista moçambicano, o acto marca um passo histórico para o país, que este ano celebra os 50 anos da sua independência, reforçando a posição de Moçambique como um dos principais actores energéticos de África e do mundo.

Chapo disse que o projecto é resultado de intensas actividades de pesquisa iniciadas em 2006, que confirmaram reservas de classe mundial, estimadas entre 60 e 95 triliões de pés cúbicos de gás natural, dos quais 35 à 60 trilhões são recuperáveis.

“Estes números colocam Moçambique em destaque entre os países com maiores reservas provadas de gás natural do planeta, com forte potencial para transformar estruturalmente a economia nacional”, afirmou.

Após o sucesso do Coral Sul FLNG, em operação desde finais de 2022 e já responsável pela exportação de mais de 123 carregamentos de GNL e 17 de condensado para mercados como China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Singapura e Europa, o Coral Norte representa um investimento superior a 7,2 mil milhões de dólares. A nova plataforma deverá produzir 3,5 milhões de toneladas de GNL por ano e 4.300 barris de condensado por dia, com o início da produção comercial previsto para 2028.

Ao longo da sua vida útil, estimada em 30 anos, o projeto deverá gerar cerca de 23 mil milhões de dólares em receitas fiscais e outros ganhos para o Estado moçambicano. Esses recursos deverão financiar sectores prioritários como agricultura, saúde, educação, infraestruturas, turismo e geração de energia, reforçando o compromisso do governo de transformar a riqueza natural em benefícios concretos para todos os cidadãos.

A cerimónia também destacou o papel das empresas nacionais, como a ENH, CFM e EMODRAGA, na prestação de serviços à indústria petrolífera, cujo contracto de concessão garante ainda que 25% do gás seja destinado ao mercado interno, assegurando o fornecimento acessível para dinamizar a indústria, a geração de energia e melhorar as condições de vida das famílias. 

Para Daniel Chapo, este empreendimento “não é apenas uma obra de engenharia, mas também uma obra de esperança e prosperidade para os moçambicanos”.

Num cenário global marcado pela transição energética, Daniel Chapo sublinhou a importância da boa governação, da transparência e da gestão responsável das receitas provenientes do gás “Pela sua localização estratégica entre a Ásia e a Europa e pela qualidade do seu gás natural, Moçambique está bem posicionado para desempenhar um papel crucial na segurança energética mundial, desde que saiba transformar este potencial num verdadeiro catalisador de desenvolvimento económico e social sustentável”. (Malito João)

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