Nampula (IKWELI) – Os comerciantes do mercado do Comauto, no bairro de Carrupeia, posto administrativo municipal de Napipine, na cidade de Nampula, reclamam do fraco movimento, facto associado aos vendedores que exercem a actividade nas ruas.
Os vendedores do Comauto apresentaram essas preocupações nesta segunda-feira (15), durante a visita da chefe do posto administrativo urbano de Napipine, Abiba Miguel.
Para os comerciantes do Comauto, a existência de vendedores nas ruas impossibilita que os clientes possam escalar os mercados localizados nos bairros, facto que traz muitas desvantagens nas suas actividades. Por isso, exigem que as autoridades municipais em Nampula possam agir com a urgência de modo que nenhum vendedor continue a ocupar os lugares indevidos.
No passado, o mercado do Comauto era uma das referências na venda do peixe fresco, facto que fazia daquele centro comercial um local muito movimentado. Nos dias que correm, Comauto praticamente ficou às moscas, pois os vendedores de peixe preferem recorrer as ruas, passando sérios riscos de vida.
“Se houvesse maneira de devolver todos aqueles vendedores da padaria Nampula para aqui, seria bom. A partir da zona do Bispo até ali nos taxistas, todos aqueles deviam voltar, porque nós passamos mal por causa daqueles mesmos. Muitas pessoas estão a passar daqui a dizer que vamos a padaria Nampula, isso é que nos dói muito. Este mercado já morreu, e não estamos a culpar a ninguém, somente estamos a culpar esses que abandonaram aqui e foram lá na estrada deixando o mercado sozinho,” disse Momade Mussagy, vendedor da Comauto.
“Ultimamente nós ficamos mal aqui, e somos atribuídos muitos nomes. Dizem esses aí ficaram porque são feiticeiros, mas nós não podemos correr para estrada, é um grande risco. Este espaço aqui é muito, como podemos ver, aqueles de mandioca que ficam no lado das irmãs, estariam aí e teríamos movimento sem problemas,” referiu Joaquim Gaita, outro vendedor.
Os vendedores da Comauto equacionam, por outro lado, inviabilizar a cobrança de receitas diárias naquele estabelecimento comercial, caso as autoridades municipais não retirem os que exercem o comércio em locais inadequados, na cidade de Nampula.
Para além do mercado da Comauto, Abiba Miguel, efectuou visita noutros centros comerciais daquela circunscrição geográfica, com o objectivo de aferir o decurso das actividades comerciais, bem como encorajar aos jovens e raparigas a abraçarem o comércio como uma das formas de criação do autoemprego.
“Pretendemos auscultar as dificuldades que assolam ao longo das actividades dos munícipes, também procurar as possíveis soluções que podemos encontrar ao nível do Conselho Municipal da cidade de Nampula,” começou por dizer a chefe do Posto de Napipine.
“O recado que carrego daqui é que sensibilizemos aos munícipes que se encontram em locais inadequados a desenvolverem essas actividades de venda, para que possam voltar para este mercado, para haver mais movimento, porque os clientes seguem o movimento dos vendedores. Ainda os munícipes pedem para que continuem os armazéns de peixe, porque quem trazia o movimento neste mercado eram os vendedores de peixe,” prosseguiu Abiba Miguel.
“Nós vamos fazer chegar todas as dificuldades ao município, de modo a fazer a sua intervenção. Nós sabemos que é papel do governo municipal sensibilizar os munícipes a retomarem as suas actividades nos locais adequados, que são os mercados, e deixarem de vender nas ruas,” referiu a timoneira do posto administrativo urbano de Napipine, localizado a noroeste da cidade de Nampula. (Constantino Henriques)