Tete (IKWELI) – A exposição de uma massa produzida com base no rícino queimado, conhecido em língua macua por Ipijhi, preparado pelo artista João Sulehe Afito, vulgarmente chamado de Fava, está a despertar grande curiosidade no Festival Nacional da Cultura, em Tete.
O produto, usado tradicionalmente para puxar e aumentar os lábios vaginais das mulheres, tem atraído centenas de interessadas, sobretudo mulheres moçambicanas de diferentes províncias, que acorrem à banca de Nampula em busca deste símbolo de identidade cultural.
Segundo Afito, que também é professor, a procura surpreendeu-o. “Hoje vim como expositor da província de Nampula e trouxe vários artigos da nossa cultura, instrumentos musicais tradicionais, brincos, colares, pastas, mussiro, missangas e, claro, o rícino, o nosso Ipijhi. Não imaginava que nesta 12ª edição haveria tanta procura deste produto em particular. As demonstrações de Nampula tornaram-se um dos centros das atenções, porque cada visitante quer saber sobre dois elementos essenciais como a missanga, o mussiro e agora também o Ipijhi”, destacou.
Entre as personalidades presentes, a escritora Zeinabo Aníbal, de Nampula, apresentou parte da sua produção literária. “Trouxemos os Namarrais, as obras de Pai Camponês, a panela de barro com os seus mistérios e, como não podia faltar, também apresentei a minha própria obra intitulada ‘A Sua Mente é a Sua Maior Riqueza’”, explicou.
De acordo com o balanço das várias delegações de Maputo, Gaza, Tete, Zambézia, Inhambane, Manica, Cabo Delgado e Sofala, a 12ª edição do Festival Nacional da Cultura está a decorrer com grande sucesso, mostrando a diversidade de práticas, saberes e produtos que retratam a essência da cultura moçambicana. (Malito João, em Tete)