Nampula (IKWELI) – O consumo excessivo de bebida tradicional, feito na base de mapira vulgarmente conhecido por Otheka, por parte das mulheres, está a concorrer para o surgimento de divórcios na zona de Mukhurua, bairro de Napipine, nos arredores da cidade de Nampula.
O perigo deve-se a adesão cada vez mais acentuada de mulheres aos locais de venda da bebida, esquecendo-se muitas vezes dos seus deveres domésticos para sustentar o vício de tomar mais um gole.
Mas, o mais caricato é que naquele local de venda da bebida, as mulheres, muitas vezes com bebé no colo, rumam sem temer represálias, ao sustento do vício. “Nós estamos muito preocupados com essa situação, porque isso é mais frequente nos sábados e domingos, você encontra aqui mulheres bêbadas desde às 6h até 17h sem cozinhar nada na sua casa e sem visitar suas casas, pode encontrar crianças a chorar por causa da fome porque a mãe está desde de manhã a beber, então isso é complicado, precisamos ajudar essas mulheres porque um dia podem perder lar por causa desta prática,” disse Maria Jaime, residente local.
Segundo apuramos, algumas mulheres nem se quer 1,00Mt (um metical) trazem para fazer a compra da bebida alcoólica, mas chegam desde de manhã até a noite a beber à custa de homens supostamente de boa vontade.
“Tem vezes que podes chegar aqui e encontras mulheres casadas a pedirem que cada homem que chega lhes pague bebida, essa é a realidade, aqui só enchem mulheres e mulheres casadas, então a situação é muito péssima. Eu não sei essas mulheres os maridos vão suportar até quando, porque a pessoa que chegou às 7h está claro que não fez almoço, recentemente assistimos uma luta aqui mesmo de um casal que a mulher tinha saído de casa e levou dinheiro de almoço empatou no Otheka, aqui Mukhurua vendem também lá, Nakipixe, mas está a mover pessoas de vários pontos,” realçou Leonardo Fernando.
Lídia Manuel, uma das vendedeiras e consumidora, disse que toma para esquecer muita coisa que a apoquenta a sua vida. “Eu não sei se vou conseguir deixar de beber isso, porque não tomo porque gosto, as vezes a vida é que me obriga, então se eu tiver alguma coisa para fazer ou negócio, aí sim posso parar, mas sem isso não tenho como.” (Malito João)