Nampula (IKWELI) – O Secretário de Estado da Província de Nampula, Plácido Pereira, supõe que a invasão das empresas mineradoras e de exploração ilegal de minérios em vários pontos da capital norte do país, seja um “circuito” que também envolve cidadãos estrangeiros, um cenário que propicia uma enorme perda de receita para o Estado.
O representante do governo central, fez estas declarações na tarde de segunda-feira (26) na cidade de Nampula, à margem da inauguração da Unidade de Gestão do Processo Kimberley Metais Preciosos e Gemas (UGPK).
“É um circuito profundo que há indícios, as Forças de Defesa e Segurança estão a investigar este assunto que pode ser alimentado por cidadãos não só nacionais, mas também estrangeiros que desorganizando a mineração legal permitem que estes cidadãos comprem os minérios por via de mineradoras ilegais a preços baixos havendo uma fuga ao fisco e uma perda de enormes receitas para o Estado e uma das coisas que nós fizemos acabamos de inaugurar UGPK que é para também para tentar resolver essas situações.”
Pereira disse, igualmente, que a inauguração da Unidade de Gestão do Processo Kimberley Metais Preciosos e Gemas consta no plano do governo central sobre a implantação de mais entrepostos comerciais de pedras preciosas, tendo em vista o combate de forma veemente das práticas de contrabando e a assegurar que a exploração dos recursos resulte na criação de postos de trabalho e aumento de receitas para o Estado.
“A infra-estrutura que acabamos de inaugurar resulta de um esforço do governo através do ministério dos Recursos Minerais e Energia com vista a padronizar a exploração de gemas e metais preciosos e melhorar a gestão, controlo e consequentemente capitalização de receitas que vai, sem dúvida, dinamizar a indústria extractiva na província de Nampula em particular e no país em geral, por ser o ponto obrigatório de certificação de produtos minerais antes da sua exportação.”
Castro Elias, secretário executivo da Unidade de Gestão do Processo Kimberley Metais Preciosos e Gemas (UGPK), explicou que o roubo e exploração ilegal de minérios na província de Nampula e outros pontos do país é um processo transversal, “que não tem a ver só com nosso ministério, mas também com todos outros sectores de defesa e segurança e estamos a trabalhar com esses sectores para estancar exactamente este facto.”
“Acima de tudo quem tem estado a fomentar esta situação são estrangeiros que tem estado aqui em alguns hotéis em coordenação com alguns nacionais e eles fazem isso exactamente porque querem essas gemas, essas pedras preciosas, semipreciosas dos garimpeiros que estão no terreno a preços baixos, eles não querem comprar nas empresas, fazem isso porque, eles compram o produto e desaparecem daqui e o problema fica com o país. Queria aproveitar este momento para exortar a toda comunidade para estarmos todos atentos, não vamos esperar o ministério agir, vamos estar todos atentos a partir do chefe da localidade, do posto administrativo, do distrito assim como a província.”
Questionado se a informação de que são estrangeiros era conclusiva, o secretário executivo declarou que “como foi bem dito, a investigação ainda não terminou, mas da experiência que temos, acompanhamos como Unidade de Gestão do Processo Kimberley Metais Precioso e Gemas essa atribuição de fazer acompanhamento ao nível internacional e nós temos um edifício de cerca de 8 andares onde minerais de vários países são vendidos e lá apanhamos minérios de Moçambique, procuramos saber como esses minérios chegam aqui, ninguém consegue explicar, estamos aqui a inaugurar essas instalações, a fazer o rastreio exactamente para podermos controlar esta produção contra exportações, mas há pessoas que conseguem sair e como todos sabem, o ouro, gemas, são produtos de maior valor económico, mas a facilidade que tem de transporte é também maior, pode ser numa pasta, no bolso, daí fica muito difícil esse controle e isso tem sido feito por pessoas que vem comprar.”
Mesmo sem avançar as quantidades, o governo aceitou que com essa exploração ilegal vários recursos estão a ser perdidos, fora do controle do próprio Estado, dai que garantiu estar em curso um trabalho multissectorial para estancar este mal. (Malito João)