Nametil (IKWELI) – A segunda maior unidade sanitária do distrito de Mogovolas, localizada no posto administrativo de Nanhupo-rio, província de Nampula, continua encerrada após ter sido vandalizada por populares devido a onda de desinformação sobre a cólera que culminou com agressão dos profissionais de saúde.
A informação foi partilhada, recentemente, pelo director dos Serviço Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social, Alimo Consolo, tendo dito que o sector de saúde continua com desafios por conta de algumas comunidades que se mantém hostis, por isso, foram programadas visitas de trabalho com a liderança comunitária.
“O desafio que ainda perdura é que algumas comunidades continuam hostis como é o caso da unidade sanitária de Nanhupo-rio que continua encerrada. Estão programadas duas visitas de assessement com a liderança comunitária para perceber se os nossos concidadãos estão de coração aberto para receber os profissionais e reabrir a unidade sanitária porque a última vez que o fizemos saímos a pedradas e não foi bom”.
Por conta do encerramento da unidade sanitária, a população de Nanhupo-rio é obrigada a percorrer 30 quilómetros até a vila sede de Nametil, Muatua ou Nametória, no distrito de Angoche para ter acesso aos serviços de saúde.
Segundo Consolo, das 8 unidades sanitárias existentes no distrito, a de Nanhupo-rio é a segunda com maior oferta de serviços que atendia cerca de 60 mil habitantes existentes naquele local, por isso “Nanhupo-rio preocupa-nos bastante, por conta da localização geográfica atendia os nossos irmãos do distritos circunvizinhos, como Angoche, e o seu encerramento significa muito para nós como sector de saúde, mas também para a população que se vê privada dos serviços de saúde”.
Por outro lado, Consolo partilhou que um dos factores que contribuiu para que o distrito fosse declarado livre do surto da doença das mãos sujas foi a conscientização das comunidades locais que, igualmente, culminou com a reabertura dos centros de saúde de Muatua e Calipo no passado mês de Abril.
“Foram antecedidas de um assessement com a liderança local, religiosa e não só para ver às condições de reabertura. Massificamos as intervenções comunitárias voltadas à prevenção o que fez com que houve adesão às mensagens chave e que fossem acatadas, por via disso o número de casos reduziu.”
A fonte revelou ainda que o sector de saúde decidiu avançar com palestras matinais que visam conscientizar a população em relação a práticas que prejudicam a comunidade no seu todo. Por conta das vandalizações, actualmente a unidade sanitária é obrigada a referir alguns exames ao Hospital Central de Nampula, isto por conta da destruição do laboratório local.
“Foram vandalizados o laboratório e a farmácia, mas esta última já está em funcionamento pleno, fizemos um trabalho. Mas o laboratório infelizmente por conta do saque de alguns aparelhos,” concluiu. (Ângela da Fonseca)