Nampula (IKWELI) – A crise na gestão do sistema de fornecimento de água na cidade de Nampula, gerido pela empresa Águas da Região Norte (AdRN) está a atingir proporções alarmantes e que perigam a saúde pública.
Se o irregular fornecimento atingiu niveis assustadores nos últimos 3 anos, também é verdade que o precioso líquido, a vista desarrumada, não tem se revelado de qualidade para o consumo humana. É na cidade de Nampula onde a AdRN consegue destruir o conceito de que a água não tem cor, sabor ou cheiro, pois o sistema tem fornecido água contrária a este quesito.
Uma investigação do Ikweli concluiu que a Estação de Tratamento de Água da cidade de Nampula não dispõe de técnicos qualificados e com competência para actuar no local, ou seja, a AdRN não consegue colocar um especialista naquele ponto.
O especialista em tratamento de água é um profissional que possui conhecimento técnico e prático para tratar água, seja para consumo humano, industrial ou para outras aplicações. Estes profissionais podem ser químicos, biólogos, engenheiros civis ou ambientais, entre outros, e estão envolvidos em processos de tratamento, como captação, adução, coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção.
Nesta investigação, o Ikweli apurou, igualmente, que o tratamento da água tem sido feito “à maneira”, o que agudiza a dúvida sobre a qualidade da água consumida na cidade de Nampula.
Contudo, a nossa reportagem ouviu o administrador técnico da AdRN, Capitine Ernesto, o qual nega esta verdade.
“É uma informação que não é verdade, nós temos ali dois técnicos de qualidade de água e como sabem nós temos 9 (nove) áreas operacionais e não é possível a maior área operacional que seja Nampula esteja com problema de especialistas, temos um técnico formado em Química, depois nós fizemos uma formação profissionalizante em qualidade de água,” afirma a fonte, ainda que não constitua a verdade, pois o único especialista que tinha na ETA de Nampula foi movimentado para o Conselho de Administração da AdRN para trabalhos burocráticos, alegadamente porque não colaborava com esquemas estabelecidos na instituição.
Capitine explica que a saída dos anteriores especialistas faz parte da evolução do sistema, daí que, segundo ele, houve a necessidade de mudança. (Malito João)
