Maputo (IKWELI) – O Centro de Integridade Pública (CIP) defende a necessidade da requalificação do modelo actual de gestão eleitoral para o fim de conflitos eleitorais em Moçambique.
“Não podemos continuar assim como estamos, porque o problema que temos hoje como país, é causado pela forma como é organizada a nossa Comissão Nacional de Eleições (CNE), uma CNE que não controla o STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral], é uma CNE partidarizada,” disse Edson Cortez, diretor executivo do CIP, durante um debate sobre o modelo de gestão a ser adaptado para o fim de conflitos eleitorais em Moçambique realizado nesta terça-feira (15) na cidade de Maputo.
Cortez secundou que é importante que se despartidarize a CNE, de modo que tenhamos eleições justas e transparentes, porque sem isso “sempre teremos conflitos pós-eleitorais e desta vez tivemos mais de 300 moçambicanos que morreram depois das eleições”.
Por outro lado, Lázaro Mabunda, pesquisador do CIP, entende que o actual modelo usado no país colapsou. “Temos que encontrar um modelo que, pelo menos, reduza o risco do factor humano. Neste momento estamos a procura qual pode ser o modelo, porque o actual modelo de Moçambique já não serve.”
“Os melhores modelos são aqueles que a gestão é independente, mas o que está em causa aqui é como encontrar pessoas que vão agir de forma independente, é aí onde os modelos são importantes, porque se limitarmos o máximo a influência política na gestão eleitoral, provavelmente consigamos ter uma gestão eleitoral mais independente,” declarou. (Antónia Mazive)