Nampula (IKWELI) – Os taxistas de mota e fiscais do conselho autárquico da cidade de Nampula, no norte de Moçambique, envolveram-se numa briga sem precedentes na manhã desta quarta-feira (2) por conta da não aceitação do pagamento de taxas mensais para o exercício de táxi de mota.
“Esses agentes do conselho municipal chegaram nessa manhã [quarta-feira] aqui na nossa praça com muita brutalidade, sem conversar connosco que somos taxistas sobre o que realmente pretendiam fazer, alegando que estamos há muito tempo sem pagar imposto no valor de 2.500,00Mt (dois mil e quinhentos meticais). Esse valor, vamos encontrar aonde? Se estamos a passar mal, as nossas casas caíram, nem esse governo municipal não nos ajudou, mas agora quer nossa ajuda, não vamos pagar nada até o município organizar a estrada para a gente estar a passar bem sem nenhum risco,” afirmou Lúcio Manuel, moto taxista com praça na Sipal.
Carlos Armando, outro moto taxista, disse que “até agora não entendo essa reação do conselho municipal, sempre tiramos dinheiro para os cofres do município, estão aqui as receitas, e nunca vimos a vantagem, e nós não temos emprego, dependemos do mesmo dinheiro para sustentar a nossas famílias. Onde vamos encontrar esse dinheiro?”.
“Esses estão a nos obrigar a pagar imposto de 2.500,00Mt sem nenhuma finalidade, até agora não sabemos para onde levam o dinheiro, achavam que iríamos ficar com medo só porque chegaram com armas, se já estamos habituados em ver os mesmos a matarem os nossos irmãos. O presidente deve vir conversar com o pessoal como deve ser, não deve mandar seus funcionários para vir criar confusão, chegar e levar obrigatoriamente as nossas motorizadas sem o nosso consentimento porque nada vai sair,” precisou Mussa Alberto, outro taxista.
O que diz a edilidade?
O vereador do pelouro de Transportes e Comunicação, no Conselho Autárquico da cidade de Nampula, Carlos Furumula, explicou que “estamos a fazer uma fiscalização, porque já fizemos uma campanha de sensibilização em todos postos administrativos, para que os operadores de táxi-mota possam licenciar suas motorizadas, mas acontece que os taxistas não querem aderir, e como sempre, quando fazemos nossas actividades culmina com agressão física e psicológica aos nossos agentes fiscalizadores, por isso acabamos entrando no terreno com o reforço da Polícia de República de Moçambique e nós estamos a fazer a apreensão de todas aquelas motorizadas que não têm licença, mas estão a operar nas praças da Sipal, Faina e outros pontos, porque cobramos a documentação e eles não mostram.” (Virgínia Emília)
