Nampula (IKWELI) – O bispo católico da Diocese de Nacala, na província eclesiástica de Nampula, Dom Alberto Verá, acredita que o início do diálogo entre o Presidente da República (PR) de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, e o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, representa um marco histórico para a democracia que o povo tanto almeja.
Para dom Alberto, o povo precisa sentir na íntegra a paz e a liberdade, momentos depois das turbulências causadas pelas manifestações, mortes instantâneas e outras situações trágicas que o país assistiu e que destruiu a vida de inúmeras famílias.
Aliás, o número 1 da igreja católica em Nacala acredita que o povo agora já acordou, por isso almeja que as conversações entre os políticos tenham um bom desfecho para a população.
“Esta atitude de diálogo, de partilha, de ter em conta todas forças políticas e sociais, acredito que é um passo positivo para poder começar a caminhar numa dimensão mais democrática e a democracia é o poder que está no povo, então aquilo que o senhor presidente está começando é um bom passo, não podemos pensar que vai ser tudo da mesma forma, precisamos ter um pouco de confiança e deixar que o governo materialize esse encontro. Devemos esperar também os passos que vamos andando e ver se vai melhorar a nossa vida social, econômica e política. Eu tenho esperança de que, apesar de todas dificuldades e obstáculos que podem haver, o governo está com boas intenções de dar passos positivos para melhorar a nossa vida e isso é que consiste em governar, cultivar o bem comum de todos e olhar para aquelas massas de pessoas mais pobres.”
Dom Alberto Verá disse, ainda, que o governo e os políticos devem priorizar a paz por entender que hoje em dia o povo está com olhos abertos. “Um país livre e democrático necessita também que o povo possa sentir que o poder está nas suas mãos, no entanto, não pode acontecer que um país tão rico como Moçambique haja tanta desnutrição, tanta mortalidade infantil, ambiente sanitário precário, buracos nas vias públicas, obstruindo a livre circulação de pessoas e bens, então o governo deve ter em conta que o governo governa para o bem comum, isso significa que aquilo que é comum, é de todos.” (Malito João)