Nampula (IKWELI) – O governador da província de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, apelou na tarde desta quarta-feira (29), na Ilha de Moçambique, a necessidade do provimento e encaminhamento adequado dos bens que estão sendo mobilizados para as vítimas dos ciclones Chido e Dikeledi.
Tio Salim disse aos gestores destas actividades que qualquer um que fizer o desvio ou mau uso dos apoios, poderá ser responsabilizado exemplarmente.
“Não é apelo, nós vamos dar uma ordem directa, porque queremos a transparência nessa distribuição, por isso que em Mossuril, num determinado sítio, mandamos parar para fazer a nova avaliação, o novo levantamento do número da população para que o que temos possa beneficiar o maior número de pessoas’”, disse, avançando que “não vamos permitir que haja desvios desses produtos, fizemos apelo a população e fizemos apelo a comunicação social que denuncie casos do género e descubram e tenham provas desses actos para que o produtor que nós temos ali seja para aqueles que foram vítimas do ciclone, não é para minha casa, não é para casa do administrador, não é para a casa do chefe do posto, muito menos para a casa do líder comunitário. Portanto, aquela denúncia que vocês ouviram ontem, eu não fui procurar da população, eles é que vieram dizer, então há desconfiança disso, por isso que paramos e fizemos novamente o levantamento e o INGD [Instituto Nacional de Gestão e Redução do Riscos de Desastres] está a fazer muito bem o seu trabalho e ontem trabalharam em algumas zonas durante a noite e hoje retornam nessa manhã e acredito que até amanhã aquele local onde se detectou vai houver a reposição dos produtos que foram destinado às populações”.
Fazendo o balanço final das actividades levadas a cabo durante dois dias da sua visita a Mossuril e Ilha de Moçambique, o chefe do executivo provincial explicou que a situação é de rasgar o coração, por entender que muitas pessoas estão sem abrigo e teto.
“Primeiro dizer que o cenário é devastador e de partir o coração, porque vimos centros de saúde e casas totalmente destruídas e neste momento há famílias sem abrigo, instituições públicas sem condições de trabalho, então daqui podemos depreender em alguns casos, porque algumas obras são mal feitas. Também podemos dizer que há falta de manutenção daquelas obras e estando em Mossuril e Ilha de Moçambique, na costa, todo equipamento usado exige que há haja uma manutenção periódica e estamos a perceber que, sobremaneira, faltou isso com recursos locais, com meios locais e com aquilo que se aproveita, mas o governo com os municípios destes governos locais estão a tentar resolver o problema minimamente e nós trouxemos alguns produtos e com isso vamos minimizar aquilo que é o sofrimento da população, mas também nos dá coragem, porque temos uma equipa que está a nos acompanhar e assim que regressarmos hoje ou manhã vamos ter reunião com parceiros, mas, contudo, orientei o meu director de Obras Públicas para que fique por aqui para trabalhar em Mossuril, porque quero um levantamento técnico, porque o que fizemos é uma visita institucional.”, anotou o governador.
Ainda com algumas escolas devastadas, tio Salim disse que “quero adiantar que o arranque das aulas não será igual em todos distritos, porque alguns distritos nós não vamos conseguir cobrir às salas de aulas atempadamente para que as aulas decorram de forma normal, mas vamos tentar fazer o máximo”. (Malito João)