Nampula (IKWELI) – Na sua mais ampla aparição ameaçadora, o candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou que mesmo as empresas privadas do sector extractivo não escaparam das investidas das manifestações até 15 de janeiro de 2025, alegadamente o dia em que tomará posse como Presidente da República de Moçambique.
Na província de Nampula, as principais mineradoras são a irlandesa Kenmare e a chinesa Haiyu Mozambique Mining, as quais garantem que continuarão a produzir na normalidade, pois cumprem com os seus deveres, tanto para como Estado, assim como para as comunidades.
Na fase 4×4 das manifestações, terminada na última quarta-feira, a Kenmare experimentou momentos amargos protagonizados pelos apoiantes de Venâncio Mondlane.
Regina Macuacua, directora adjunta nacional desta mineradora em Moçambique, recorda que “nós não nos associamos a questões políticas. A Kenmare é apartidária, então não podemos nos misturar, e não misturamos”.
Na ocasião, a nossa fonte aproveitou esclarece alguma desinformação em torno de investimentos para projectos e infra-estruturas sociais, o caso particular da ponte sobre o rio Larde, que, segundo informações postas circular, a empresa tinha desembolsados fundos ao governo para o efeito. “Não é verdade que nós desembolsamos o valor, somente há um compromisso que foi feito pela empresa de comparticipar com a construção da ponte, até circularem documentos nas redes sociais e os documentos são muito claros quanto ao nosso acordo com o governo. O processo ainda não foi efectivado porque em contrapartida o Estado ainda não conseguiu mobilizar fundos necessários para completar aquilo que é orçamento que estava previsto”.
Para esta empreitada, segundo Macuacua, “tinha sido previsto um investimento em cerca de 7.5 milhões de dólares, mas faz muito tempo em que esse estudo foi feito e a Kenmare se comprometeu em comparticipar com 3 milhões, mas há um trabalho que precisa ser feito porque é um orçamento muito antigo e desatualizado, então certamente há um trabalho em revisão do mesmo custo”.
Sobre o ambiente vivido após a invasão das instalações pelos manifestantes, a nossa interlocutora contou que “desde que tivemos aquele dia muito tenso, foi na quinta-feira da semana passada que a população quis arrombar nossos portões, nos dias subsequentes, estamos a ter dias calmos, não há nenhum barulho com a população”.
Regina declara ainda que “há muita mistura, há manifestações que são por questões políticas, e que nós não nos associamos de nenhuma maneira, por exemplo, algumas questões que a comunidade partilhou, são situações dos seus desafios de trabalho no dia-a-dia e simplesmente se aproveitaram naquele dia para falar mais alto sobre o assunto e como nós sempre pautamos pelo diálogo aberto e não reclamações, temos feito encontros com a comunidade para saber os desafios da mesma”. (Malito João)