Nampula (IKWELI) – A Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, recusou esta segunda-feira (2), que agentes da corporação tenham atingido e ferido crianças durante as manifestações ao nível da província, alegando que não tem registo de casos de menores nessa situação.
O distanciamento de que os agentes tenham cometido este crime, foi expresso pela porta-voz da PRM, em Nampula, Rosa Nilza Chaúque, falando numa conferência de imprensa no Comando Provincial, onde justificou não haver registo de qualquer acto de baleamento de menores desde o início das manifestações.
“Em relação a casos de menores que teriam sido baleados, a PRM não tem registo, nós estamos focados em relação as manifestações violentas e porque nós sabemos que as crianças nas manifestações é um perigo, neste momento apelamos aos pais encarregados a manterem as crianças nas suas residências para que casos de natureza não venham a acontecer”, disse, afastando qualquer hipótese de agentes terem atingido crianças ou com balas reais, ou com de gás lacrimogéneo.
Entretanto, a associação Okhala Wamiravo, uma organização da sociedade civil em Nampula, diz que a PRM baleou desde o início das manifestações um total de 15 crianças, com idades compreendidas entre os 9 e os 18 anos de idade.
O director da associação, Mito Carvalho, avançou que os casos de baleamento de menores aconteceram nos distritos de Meconta, concretamente na sede do posto administrativo de Namialo, Nacala e cidade de Nampula.
“Neste momento os familiares de menores vítimas clamam por apoio psicológico e principalmente médico e medicamentosa, ainda exigem a responsabilização criminalmente dos agentes da polícia pelo acto praticado”, afirmou.
O defensor dos direitos da criança, Mito Carvalho sublinha que é preciso que outras instituições do governo entrem em cena para pedir a responsabilização dos agentes da PRM que balearam as crianças. (Nelsa Momade)