Nampula (IKWELI) – O fenómeno de barracas de venda de bebidas alcoólicas nas imediações de escolas na província de Nampula continua reinante, sendo que a Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) continua na música e pretensão de sancionar os proprietários.
As ameaças da INAE voltaram a ribalta, sendo que, alega, nos próximos vai processar judicialmente os comerciantes envolvidos nesta prática. Este discurso não é novo.
Os alunos das escolas secundárias de Nampula, Napipine, 12 de Outubro, Muatala [substação] e comunitária da ADEMO, entre outras, relaxam nos seus intervalos “batendo” uma cerveja ou então uma bebida seca.
“Nós continuamos a fiscalizar, mas por um lado há renitência dos agentes económicos em não querer acatar as nossas recomendações, agora que regressaram a vender e não seguiram o que recomendamos, vamos levar os processos a entidades competentes, para que façam aquilo que a legislação manda. Por conta da situação, durante as nossas fiscalizações foi possível registar 7 casos desde o mês de abril a julho do ano em curso que neste momento estão no Tribunal Administrativo, para suspensão de eficácia e aguardamos os resultados”, elabora Silvano Alexandre, delegado da INAE em Nampula.
Os comerciantes dizem que nunca foram notificados para parar vender bebida alcoólica nas imediações de estabelecimentos de ensino.
“Eu não tenho nenhuma informação sobre as notificações por parte do INAE, desde que comecei a exercer as minhas atividades e tenho licença que me permite exercer as minhas atividades, apenas recebo notificações do meio ambiente, porque costuma a poluir o meio ambiente por causa do som das músicas e das finanças por causa de pagamento de impostos”, disse, entrevistado pelo Ikweli, Assane Mussa, que vende bebida alcoólicas para alunos e tem o seu estabelecimento próximo a escola comunitária da ADEMO, reiterando que “nós não vamos sair daqui até eles [governo] procurarem um bom espaço para podermos exercer as nossas atividades, mesmo que venha com notificações, não iremos sair, porque não faz sentido”.
Abdul Magide é outro comerciante que exerce a mesma actividade próxima à mesma escola e entende que o governo negligencia a situação. “Até este ponto o governo não está a agir bem e não é dessa forma que o governo deve governar, eles devem trazer essas notificações para nós, caso não, vamos permanecer aqui, porque é daqui onde conseguimos comida para os nossos filhos. Agora, se for por causa dos alunos que saem da escola com objetivo de comprar bebidas para consumir, não é nossa culpa, porque apenas queremos vender”.
Outra comerciante no local e gerente de um bar é Amina Dalila, que disse “ainda não acompanhamos esses processos, se o governo não nos quisesse aqui, já teria nos tirado há bastante tempo, porque não começamos a vender agora”. (Virgínia Emília)