Namutequeliua: Raparigas violadas pelo “G-15” carecem de apoio psicológico

Nampula (IKWELI) – As duas raparigas, da mesma família, que foram violadas sexualmente há um mês por membros do famigerado grupo de malfeitores denominado “G-15” no mítico bairro de Namutequeliua, nos arredores da cidade de Nampula, carecem de apoio psicológico, pois têm estado a enfrentar dificuldade para seguir com as suas vidas.

Segundo observou a nossa equipa de reportagem, estas duas meninas ainda mostram sinais de medo e desconfiança quando aproxima-se alguém do sexo oposto. 

Uma das raparigas entrevistadas pelo Ikweli, conta como tudo aconteceu. “Enquanto dormíamos, de repente fomos acordadas por homens ladrões que obrigaram aos meus pais a tirar 100.000,00Mt (cem mil meticais) e por isso minha mãe teve que tirar 7.000,00Mt (sete mil), mas mesmo assim fomos exigidas a tirar toda roupa para manter relações sexuais e caso recusássemos, seríamos mortas, então eu e a minha irmã aceitamos”, explicou a menor de 13 anos.

A menor revelou ainda que os homens a obrigaram a ir a casa de banho, para que os seus gritos não fossem ouvidos. “Fui violada na casa de banho para que os meus gritos não fossem ouvidos e eram dois homens que não consegui identificar a cara, agora tenho medo de todos os homens que vivem neste bairro, também assusto quando estou dentro da casa porque acho que a qualquer altura os bandidos podem voltar”.

A rapariga revela que sente dores no corpo por causa da acção dos malfeitores. “Actualmente, a ninha barriga e a cintura doem muito, apesar de a minha mãe ter-nos levado para o hospital, tenho medo de brincar com os amigos e quando chega a hora de dormir vamos para outra casa”.

A outra menor afirmou que ainda vive com medo por conta da violação sexual. “O meu desejo é mudar de casa porque aqui onde vivemos dá medo, agora a minha bexiga doí e quase todo o meu corpo porque fui violada por dois homens estranhos que, também, roubaram alguns bens como telefones, roupa e dinheiro”.

Por outro lado, a adolescente de apenas 14 anos de idade e aluna da 7ª classe, lamenta o facto do ocorrido tê-la impedido de fazer os testes finais. “Eu e a minha irmã não fomos a escola depois da violação e por isso não sabemos quais serão os passos a seguir”.

Os pais encarregados de educação destas vítimas de violência sexual ainda mostram-se preocupados e exigem das autoridades competentes apoio psicológico, alimentar  entre outros com vista a suprir as suas necessidades. “Estamos aflitos sem qualquer tipo de apoio e as crianças foram obrigadas a abandonar o ensino, tudo por conta da violação. Neste momento, o pai delas encontra-se em estado grave de saúde, devido a este acto e não só”, disse a mãe das menores.

Enquanto isso, a direção provincial do gênero criança e acção social, garante apoio psicológico a família. (Nelsa Momade)

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