Nampula (IKWELI) – O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, convidou aos candidatos presidenciais das eleições de 9 de outubro passado para uma reunião de reflexão e procura de soluções para a construção de paz e da situação de conflito a que Moçambique se encontra.
Entre o fim da tarde e princípio da noite desta terça-feira (19), Nyusi dirigiu-se a nação para apresentar a sua posição e sentimento em face a crise pós-eleitoral que tem estado a tirar vidas de cidadãos e membros da Polícia da República de Moçambique (PRM).
O PR reconhece que as manifestações estão a criar instabilidade social e económica no país e, por consequência, prevê uma revisão, em baixa, do nível de crescimento económico para 2024.
Igualmente, recordou que é na base das receitas que o Estado cobre as despesas correntes dentre eles o pagamento de salário aos funcionários e agentes do Estado, bem como a aquisição de medicamentos para os hospitais, mas esta fonte de captação anda comprometida com as manifestações.
“Quero aproveitar esta ocasião para convidar os quatro candidatos presidenciais para aceitarem o meu apelo para, em conjunto, avaliarmos esta situação e encontrar uma solução que beneficie os moçambicanos que amamos, o país e o povo precisa de nós, não há problema que não se resolve”, disse.
Nyusi falou de mortes e feridos em consequência das manifestações, mas não elaborou sobre a deterioração dos direitos humanos no país.
Mortes, feridos e funcionamento de serviços
Nyusi disse, na ocasião, que, até ao momento, as manifestações causaram, em todo o país, a morte de 19 pessoas, dos quais 5 são agentes da PRM.
Igualmente, estes eventos causaram o ferimento de 807 feridos, desde ligeiros a graves, sendo 66 membros da PRM.
Entre os danos, o PR disse que registou-se uma redução no atendimento hospitalar na ordem dos 60%, como também, houve uma redução de doação de sangue em 54% e enceramento de 60 postos de vacinação que culminaram com adiamento de vacinação de seis mil e quinhentos (6.500) crianças. (Antónia Mazive e José Luís Simão)