Nampula (IKWELI) – Nos primeiros nove meses do presente ano, cerca de 1.192 pessoas foram vítimas de mordedura canina na província de Nampula, contra 1.355 do ano passado, o que representa uma redução na ordem dos 12%.
Estes dados foram partilhados a imprensa pelo chefe do departamento de Pecuária na direcção provincial de Agricultura e Pescas, Equitiandro Ração, na passada sexta-feira (27), alusivo ao dia Mundial da Luta Contra a Raiva, celebrado anualmente a 28 de Setembro.
Equitiandro mencionou Angoche, Nacala-à-Velha e Mecubúri como sendo os distritos com mais casos de mordedura canina, sendo que para a cidade de Nampula o bairro de Muhala Expansão figura na lista com maior número de “agressão por cães”. Por conta disso, o bairro foi escolhido para acolher a cerimónia de celebração, por forma a disseminar-se mensagens relativas a boas práticas de criação, cuidados a ter com os animais, bem como os passos a seguir em casos de mordedura.
“Este decréscimo é devido a essas palestras que são realizadas nas escolas, nós entendemos que são esses estudantes que vão informar os pais sobre o controlo que devem ter com os seus cães, quais são as medidas a adoptar e são eles que acabam trazendo os cães para vacinação”, disse.
Ração revelou que de Janeiro a esta parte, a nível da província de Nampula, foram vacinados cerca de 6.231 animais contra a raiva, o que corresponde a 20% da meta prevista, sendo que para o ano a previsão é de vacinar 39 mil caninos.
“Comparativamente ao ano passado, que até esse período havíamos feito 3.901, estamos a dizer que temos um crescimento de 60%, isto porque a direcção nacional de Desenvolvimento Pecuário alocou atempadamente a vacina nas províncias”, referiu esta fonte.
Eugénio Jorge, proprietário de um cão, levou o seu animal de estimação para ser vacinado. O mesmo entende que com o procedimento poderá evitar que o mesmo transmita a raiva em casos de mordedura.
Jorge contou que o seu cão já esteve envolvido em um caso de mordedura, mas que, no entanto, não teve problemas porque o mesmo apresentou o cartão de vacinação do animal e que o indivíduo, ora atacado, não desenvolveu a raiva, estando neste momento a gozar de boa saúde.
Por isso, apela aos proprietários a cumprirem com o calendário de vacinação de seus animais para evitar problemas, “essa iniciativa de vacinação para nós é muito boa, assim ajuda as pessoas a vacinar os seus cães”.
Por outro Lado, Emílio Joaquim revelou ser a primeira vez que leva o seu cão para vacinar e justifica que foi por falta de orientação que não o fez das vezes anteriores. “Trago meu cão porque ele é mau, persegue muito as pessoas. E pretendo vaciná-lo só hoje porque na minha casa nunca fui dito para vacinar”.
Para o presente ano, o dia Mundial da Luta Contra a Raiva é celebrado sob o lema “Quebrando as Limitantes para o Controlo Efectivo da Raiva”.
Importa referir que a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, através de um documento, que a mordedura canina tem sido o principal causador de morte devido a raiva, um problema de saúde pública que afecta mais de 150 países de africa e Ásia. (Ângela da Fonseca)
