Nampula: Pais continuam a negligenciar o direito de identidade aos seus filhos

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Nampula (IKWELI) – Alguns pais e encarregados de educação continuam a negligenciar o direito de identidade aos seus filhos. Por conta disso, o governo e parceiros decidiram levar a cabo uma campanha gratuita de registo de crianças, a qual teve uma duração de 10 dias, em que uma brigada deslocou-se para diferentes escolas da cidade de Nampula para seguir com o processo.

Trata-se de uma iniciativa lançada no passado dia 16 do mês em curso, alusivo ao dia da Identidade. A acção foi promovida por parceiros de cooperação, nomeadamente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla inglesa) e a Comunidade Sant’ Egídio.

No entanto, na passada sexta-feira (27), último dia da campanha, verificou-se uma enchente na Escola Básica Serra da Mesa, pois, alguns pais decidiram levar suas crianças ao local para lhes garantir o direito de serem conhecidas pelo Estado, através de um registo de nascimento.

Tal é o caso de Hermínia Adriano, mãe de primeira viagem do pequeno Edmilson, de sete anos de idade. A mesma justificou a ausência do pai da criança como motivo do registo tardio. O único documento que o pequeno tinha era cartão de nascimento, um registo que é feito nos hospitais após a nascença.

Hermínia explicou que o mesmo cartão foi usado para seguir com o processo de matrícula, “não consegui registar antes porque o pai sempre esteve ausente e depois perdeu a vida. Quando atingiu a idade de ir à escola tive que usar o cartão de nascimento”.

Eliza Momade é mãe de gémeas, actualmente com oito anos de idade, as meninas nunca foram registadas. A semelhança do pequeno Edmilson, a mãe das gémeas justifica a ausência do pai das meninas, por isso, “logo que ouvi essa oportunidade decidi vir, porque eu sei que é importante registar uma criança”.

Halima é estrangeira, seus filhos têm 10 e 13 anos de idade, respectivamente, os mesmos não possuem cédula de nascimento, por isso decidiu levá-los para que tenham. A nossa interlocutora disse que não sabia como proceder para registar as crianças.

Por outro lado, Carlos Algema reservou o dia para registar sua neta de nove anos, pois “o pai da criança perdeu a vida antes de fazer o registo, por isso que ela cresceu sem ser registada”.

Vale realçar que além do registo de nascimento, a campainha ofereceu igualmente serviços gratuitos como emissão de Bilhete de Identidade, Passaporte, NUIT, bem como abertura de contas bancárias.

Para o presente ano, o Dia da Identidade celebrou -se sob o lema “Celebrando o Direito de ser visível”. (Ângela da Fonseca)

 

 

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