Há luz verde para seguimento do caso do professor violador em Murrupula

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Nampula (IKWELI) – A família da menor vítima de violência sexual, ocorrido há quase 1 ano (11 meses), no distrito de Murrupula, na província de Nampula, diz estar satisfeita pelo seguimento do processo levado acabo pelo tribunal distrital, uma vez que tudo indica que o autor será julgado pelo crime que deixa marcas indeléveis na rapariga de apenas 14 anos.

De acordo com mãe da menor, depois de várias reclamações em fóruns públicos e políticos, finalmente foi accionado um advogado para seguir o caso.

“Antes o processo estava na procuradoria e agora está no tribunal, no distrito de Murrupula, apesar de tudo e desde o início do caso o procurador a nível do distrito criou barreirais em levar o caso avante por alegadamente não existiam provas concretas sobre o caso, mas ao longo do tempo teria feito uma exposição do caso para o Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público e tive a resposta satisfatória que demostra que o caso seria resolvido”, contou.

Aquela mãe que vive numa sociedade onde a falta de denúncia de casos de género e os preconceitos culturais impendem o cumprimento de determinados direitos humanos, considera que seria um ganho se o processo-crime fosse legalmente julgado pelos órgãos de administração de justiça.

“Há muitos preconceitos e recebo muitas críticas pelo simples facto de não deixar passar este processo-crime e perdoar, para mim este tipo de pensamento faz com que uma parte da população em Murrupula e muitas raparigas continuem sendo vítimas de qualquer tipo de violência, também temos enfrentando situações que envolvem líderes comunitários nestas práticas nocivas e queremos neste momento repudiar”.

A mãe da menor mostra-se expectante e incentiva as outras famílias com situações iguais a denunciarem qualquer tipo de violência contra as menores e sobretudo as raparigas e mulheres. “Na verdade, quero a justiça porque actualmente tenho apoio psicológico dos familiares, amigos, colegas e uma advogada que está a intervir no processo. O indiciado actualmente está livre e exercendo a sua função como professor e ninguém sabe se nesta altura não está a fazer outras vítimas, como uma mãe estou preocupada com todas as crianças e principalmente as raparigas com a idade compreendida de 14 a 17 anos”.

Por outro lado, a nossa entrevistada relata que apesar de traumatizada a sua filha ainda continua a estudar no sentido que tenha um futuro desejado. “A menina está na 10ª classe e ela mostra um desempenho e com vontade de continuar com a vida, mesmo que ela vive com o medo de voltar a sofrer a violência”.

O Ikweli apurou que o referido procurador distrital de Murrupula tem estado a tentar intimidar e ameaçar a família, tanto é que tem telefonado para a mãe da vítima para procurar saber onde vive. (Nelsa Momade)

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