Nampula (IKWELI) – As obras de requalificação do matadouro municipal da cidade de Nampula poderão consumir dos cofres da edilidade local cerca de nove milhões de meticais, para que o abate de animais seja feito em condições adequadas.
Trata-se de um edifício que há anos debate-se com questões relacionadas com falta de condições para o seu funcionamento que vão desde a inexistência de água e corrente eléctrica. Tal situação obriga a que os vendedores recorram a locais impróprios para o abate dos animais.
Acredita-se que o problema irá chegar ao fim, isso porque o actual executivo de Luís Giquira já dispõe de orçamento para requalificar o edifício, faltando apenas a sua aprovação pela Assembleia Municipal.
Em entrevista ao Ikweli, a vereadora do pelouro de Actividades Económicas no município da cidade de Nampula, Cláudia Marques, enfatizou que uma das prioridades do executivo de que é membro é requalificar o matadouro de forma a acabar com matadouros clandestinos.
“Encontramos o matadouro naquele estado em que está, se for a ver a parte da cobertura foi afectada por um dos ciclones que assolou a cidade e está há bastante tempo nesta situação. Nós já fizemos o levantamento dos problemas, remetemos para estar no plano de orçamento que é para depois lançar-se o concurso. Só podemos arrancar com as obras depois de estar autorizado pela Assembleia”, explicou.
Claúdia Marques revelou que, através de uma acção conjunta com a saúde, serviços distritais de Actividades Económicas, foram inspeccionados três espaços entre abertos e fechados em que os proprietários dedicam-se ao abate de animais, com destaque para a carne de vaca, sem a observância das medidas de higiene.
Na ocasião, foram sensibilizados a paralisarem as actividades de forma a regularizarem a situação do abate que coloca em risco a saúde pública.
“Identificamos, igualmente, espaços abertos que não são edificados, sensibilizamos os proprietários para encerarem voluntariamente, neste momento estamos em trâmites legais para a remoção. Temos o matadouro municipal e eles não levavam para esse espaço. Na fiscalização que fizemos, um deles por via de denúncia”.
Sem gravar entrevista, os trabalhadores do matadouro municipal mostraram-se agastados com o actual cenário do local, explicaram que várias promessas foram feitas para a sua requalificação, mas sem sucesso.
Na ocasião, os mesmos encontravam-se a tentar limpar o espaço pois acabavam de fazer o “massacre” de 16 animais.
“Não temos água, para termos o líquido para, pelo menos, limpar o espaço temos que percorrer dois quilómetros para chegar ao rio e a água é suja. Outro problema é que trabalhamos sem condições de higiene, o edifício não tem teto e assim passamos mal com sol”.
Vale frisar que, para resolver a problemática de falta de água, a vereadora garantiu que decorem obras de perfuração para instalação de um sistema de furo de água. (Ângela da Fonseca)