UniLúrio diz-se engajada na missão de formar quadros de referência

0
162

Nampula (IKWELI) – A Universidade Lúrio (UniLúrio), com sede na cidade de Nampula, almeja seguir como exemplo de referência na formação de quadros em todas as áreas cursadas naquele estabelecimento de ensino superior, de forma a que eles sejam capazes de se integrar no mercado de emprego.

O desejo foi manifestado na passada sexta-feira (30 de agosto), pela reitora da UniLúrio, Leda Hugo, durante a cerimónia de graduação de mais de 500 estudantes entre licenciados e mestrados, dos quais 314 são mulheres.

Segundo Hugo, o foco daquela instituição de ensino superior que já esteve em conflitos com alguns estudantes tem sido formar profissionais resilientes capazes de transformar o país e quiçá o mundo.

Assim, a UniLúrio acredita que as pretensões podem ser alcançáveis, pois ainda que haja desafios durante a jornada, os mesmos poderão ser vencidos, uma vez que se pretende transformar a universidade em um centro de ensino e formação de conhecimentos tecnológicos.

“A opção para universidade Lúrio é só formar bem, formar bem médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitectos, farmacêuticos, biólogos e por aí em diante, portanto formar mais e nunca mais ou menos”.

Por conta disso, Leda Hugo quer que os profissionais recém-graduados sejam cada um deles competentes nas suas áreas de actuação, como também que pautem por comportamentos que significam a universidade.

“O vosso desempenho profissional, as vossas atitudes e comportamentos nos locais de trabalho, na sociedade e no meio familiar dignifiquem a UniLúrio, uma instituição que pretende continuar a destacar-se pelo perfil técnico profissionalizado dos seus graduados. A vossa base são as comunidades e cada família com quem direta e indiretamente interagiram no âmbito do nosso programa de bandeira, um estudante, uma família”.

Na ocasião, a responsável por aquela universidade pública fez saber que para além de naturais de Nampula, foram igualmente graduados estudantes dos outros pontos do país, assim como fora, nomeadamente o Brasil, Burundi e Congo.

“O que reforça o esforço da universidade Lúrio para formar com seriedade e colocar no mercado de trabalho profissionais competentes e capazes de se enquadrar no mercado de trabalho dentro e fora de Moçambique”.

Por sua vez, o representante do secretário de estado da província de Nampula, Tomé Chacuchacha,  acredita que os recém-graduados poderão resolver a problemática de falta de profissionais nas diferentes áreas de actividade, uma vez que colocou formalmente, à disposição do mercado de trabalho, um total de 584 novos protagonistas da transformação com a importante tarefa de proporcionar respostas concretas e à altura das necessidades de que o país, de forma geral e da província de Nampula em particular, se ressente.

“Portanto, para o desenvolvimento do país, no geral, nos domínios da economia, da justiça social, da arte e cultura, da ciência, entre outras necessidades, mas também ao seu próprio desenvolvimento, das suas famílias e comunidades em seu redor. Pelo que, este momento se reveste, não só de muita importância e significado, mas acima de tudo, de muita expectativa em relação ao rumo e às próximas etapas que cada um dos graduados vai tomar”.

Chacuchacha avançou que o governo continuará a acarinhar e a investir na formação de técnicos superiores à altura das necessidades de desenvolvimento do país. No entanto, a universidade deve buscar, sempre, fundamentos capazes de estabelecer a ponte entre o conhecimento que é produzido nas diferentes áreas científicas e a sua aplicação prática.

“Pelo que, incentivamos o alargamento e a intensificação da pesquisa dos mais diversificados fenómenos cujas ciências têm sido consolidadas nesta instituição de ensino e pesquisa, devendo os resultados, reverterem-se na melhoria das condições de vida das nossas populações”.

Tomé Chacuchacha destacou alguns feitos da universidade como é o caso da construção de uma farmácia comunitária na Faculdade de Ciências de Saúde, que tem beneficiado a população em redor e não só, a atribuição de 75 bolsas de estudo sendo 19 para nível de Licenciatura, 24 para mestrado e 33 para Doutoramento, capacitação de 120 docentes e investigadores em matérias de revisão curricular, ensino híbrido, metodologias de escrita e pesquisa científica bem como, mudanças climáticas. Lembrou ainda que foram assistidas 1.209 famílias no âmbito do Programa “um estudante, uma família”.

Entretanto, lembrou aos graduados a inexistência de emprego para todos, mas enfatizou haver trabalho, bastante apenas optar por iniciativas de empreendedorismo por forma a salvar-se do desemprego.

“Não há patrão para todos, mas há vastas possibilidades de se tornarem patrão, dai que encorajamos a embarcarem para iniciativas de autoemprego e trabalho autónomo, porque temos a convicção e a certeza de que a universidade foi capaz de vos transmitir ideia sobre a importância de ser autónomo e a necessidade de começar a dar o primeiro passo e de criar oportunidades, quase sempre, a partir de simples ideias ou iniciativas inovadoras”.

 

A satisfação dos graduados

Estudantes graduados da UniLúrio

Alguns dos estudantes recém-graduados entrevistados pelo Ikweli, mostraram a sua satisfação pela recepção do esperado canudo. Para eles foram momentos de luta e batalhas travadas para finalmente colher os frutos.

Vilma Botão, licenciada no curso de economia, expressou a sua satisfação pelo grau adquirido, pois foram 4 anos sem dormir devidamente, sem contar as inúmeras sessões de defesas que teve que enfrentar mesmo sendo tímida.

“Sou uma pessoa muito tímida, ou seja, tive que me abrir, foi um processo muito doloroso porque tinha que me expressar em frente a muitas pessoas e hoje estou aqui graças a UniLúrio. De hoje em diante espero poder contribuir com o meu conhecimento”.

Érica Tiago, licenciada em optometria, revelou sentir-se aliviada por ter chegado ao fim do curso, pois para ela, é como se tivesse tirado um peso das costas. Na ocasião explicou que o seu curso abre espaço para “empreender, abrindo ópticas que poderão ajudar a empregar pessoas que necessitam”.

Por outro lado, Artajo Monteiro, decidiu fazer segunda licenciatura e optou pelo curso de psicologia, apesar de satisfeito, mostrou a sua insatisfação relacionada com as morosidades no que diz respeito com as cerimónias de graduação, bem como lacunas na qualidade de ensino.

“Notamos muita dificuldade em ter profissionais, eram licenciados a formar outros licenciados, então estes vazios a faculdade devem fechar o mais rápido possível para termos uma qualidade a 100%. Há um desafio de fazer mais e mais para a faculdade e nós como sociedade temos que fazer com que a UniLúrio tenha mais força e impacto naquilo que na área de formação, porque se nós não formarmos com qualidade o futuro fica comprometido em todos os aspectos”.

Raquel Chilave, licenciada em desenvolvimento local e relações internacionais, disse tratar-se de um momento de glória e satisfação, pois engrenou na universidade por via de uma bolsa, local onde enfrentou vários desafios.

Com os olhos molhados de lágrimas, quase a escorrer pelo rosto, Chilave disse que “hoje somos frutos desta formação e conseguimos trabalho graças aos ensinamentos que fomos adquirindo ao longo das nossas aulas, só podemos dizer muito obrigada a universidade por nos dar espaço de aprender a ciência e acima de tudo agradecer a Deus”. (Ângela da Fonseca)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui