Mesmo sem ter feito quase nada: Manuel Rodrigues diz que termina o mandato com a sensação de missão cumprida

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Nampula (IKWELI) – O governador da província de Nampula, Manuel Rodrigues, entende que a falta de recursos financeiros, motivada por vários factores, contribuiu para a não realização de algumas acções planificadas para o quinquénio prestes a findar, mas mostra-se optimista e diz que deixa a província mais populosa de Moçambique com pernas para andar rumo ao desenvolvimento sustentável.

Manuel Rodrigues entrou na história da província de Nampula e do país, ao se tornar no primeiro governador eleito através de sufrágio universal. Foi cabeça-de-lista do partido FRELIMO que venceu as eleições de 15 de Outubro de 2019 que tiveram lugar no país, substituindo assim Victor Manuel Borges, último governador de Nampula nomeado pelo Presidente da República.

No próximo ciclo de governação, Manuel Rodrigues não será o governador da considerada capital do Norte de Moçambique, pois não foi o escolhido pelo seu partido para encabeçar a lista.

Nesta segunda-feira (19), Manuel Rodrigues apresentou, no decurso da XII sessão Ordinária da Assembleia Provincial de Nampula, o relatório de termo de mandato, como recomenda a legislação moçambicana.

Na sua apresentação, o chefe do Conselho Executivo Provincial acredita que o seu elenco trabalhou afincadamente para contribuir na melhoria da qualidade de vida da população, destacando a construção de infra-estruturas sociais públicas, como salas de aulas, centro de saúde, vias de acesso e abastecimento de água. 

“A produção agrícola evoluiu em 18,7% ao passar de 10.470.944 toneladas em 2019 para 12.425.322 toneladas de produtos alimentares e de rendimento diversos alcançados neste ano de 2024, o que corresponde um cumprimento de 98,6 por cento do plano que era de 12.600.200 toneladas que havíamos planificados para o quinquénio ora a findar neste ano de 2024”, referiu Manuel Rodrigues.

“Importa referir que a nossa província de Nampula foi recorde nacional nas últimas campanhas agrárias em termos uma subida em produção, tanto de produtos alimentares, quanto de produtos de rendimento. Por isso a nossa província de Nampula regista uma segurança alimentar, não havendo, até esta altura, sinais de roptura de stock de alimento e desta forma, não há fome a escala da nossa província de Nampula”, assegurou o governante.

“No entanto, as realizações que acabamos de partilhar e outras que tiveram lugar na nossa província temos a firmeza de dizer que a avaliação geral do desempenho que Conselho Executivo da Província é positiva, ao alcançar uma média de realização de 87,8% do nível de execução dos 106 indicadores monitorados, em relação as metas do quinquénio”, prosseguiu.

Para Rodrigues, “ficou claro que reduzimos os níveis de absentismo escolar e aumentamos a participação da rapariga nas nossas escolas públicas. Aumentamos a nossa rede sanitária, e melhoramos o rácio medio por mil habitantes, para além de termos alocado mais ambulâncias as nossas unidades sanitárias, principalmente da preferia. Aumentamos a taxa de cobertura de partos institucionais ao nível de toda nossa província de Nampula. Aumentamos também de forma significativa os níveis de abastecimento de água e saneamento de meio reduzindo as probabilidades de eclosão das doenças de origem hídrica. Melhoramos a disponibilidade e acesso de alimentos por conta do aumento dos níveis de produção e produtividade agrárias registadas anualmente. Reduzimos significativamente o nível de conflito de terras com atribuição de DUATs, sobretudo aos grupos vulneráveis. Avançamos com o processo de resgate da nossa história e preservação do rico património histórico-cultural na nossa província”, recordou.

Para além da falta de recursos financeiros para a execução em 100% do seu plano quinquenal, os eventos naturais extremos, como o caso dos ciclones Ana, Gombe e Kenneth que afectaram a província de Nampula, também contribuíram para o não cumprimento na íntegra das projecções.

“Esta degradação toda das infra-estruturas sociais e económicas que, efetivamente a nossa província conheceu, a sua recuperação ainda não aconteceu na totalidade, porque é dado como falta de recursos financeiros para a sua recuperação. Tivemos ainda constrangimento na recuperação de quotas financeiras para levarmos a cabo as actividades que havíamos planificado por quinquénio, tanto para financiar infraestruturas públicas como salas de aulas, centros de saúde, água para a nossa população e a realização de alguns actos administrativos, e o pagamento de alguns direitos dos funcionários e agentes do Estado, de uma forma geral como é o caso de subsídio de funeral, assistência médica e medicamentosa, entre outros direitos que os nossos funcionários clamam até hoje. Por isso nós reconhecemos que estes desafios constituem até hoje aquilo que pode ser o trabalho a realizar no próximo quinquénio”, anotou arokhala mwuathu awo, termo na língua emakhuwa pelo qual ficou conhecido e é  carinhosamente tratado pelos seus admiradores, durante a sua governação em Nampula. (Constantino Henriques)

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