Nampula (IKWELI) – O activista social e de direitos humanos, também coordenador da Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos, em Nampula, Gamito dos Santos, diz que antevê um processo pacífico de todo processo das 7ª eleições legislativas e provinciais de 2024 no país.
Desde a introdução do multipartidarismo, os processos eleitorais em Moçambique são caracterizados por momentos turbulentos, marcados por violações das leis, violência e alegadas roubalheiras feitas em favor de determinado partido.
Para pulsar as expectativas para 2024, o Ikweli entrevistou o activista Gamito dos Santos que disse que apesar dos índices apontaram para um processo igualmente turbulento para 2024, está positivamente expectante “quando damos a nossa opinião de livre e espontânea vontade, alguém virá rotular como sendo optimista ou pessimista. Mas naquilo que é minha óptica para os processos eleitorais que nos avizinham, eu ainda antevejo um processo pacífico, tanto que nunca aconteceu, eu prefiro torcer assim, porque há um provérbio que se diz “quem semeia vento colhe tempestade, então eu não gostaria, quero plantar alegria para colher felicidade”.
Contudo, apelou aos de órgãos de administração eleitoral a pautarem pelo zelo e dedicação, com base no quadro legal eleitoral vigente no país, condição sem a qual os processos nunca serão justos, livres e transparentes.
“A chamada aqui é para toda a máquina de administração eleitoral para que coloque a legislação Moçambicana em primeiro lugar. A nossa legislação está bonita, está boa, acredito que se cumprirmos não teremos esses conflitos do processo, não teremos aqui alguma rebelião, não teremos aqui alguma confusão, seja antes, durante e pós-eleitoral. Agora, o que eu vejo aqui, através deste cenário que já está a se implantar é que a administração eleitoral tem de abster-se desses comportamentos que já começou a semear, que recuem e devolvam-nos aquilo que é a realidade do processo eleitoral, aquilo que nós precisamos como moçambicanos, para colocarmos, de certa maneira, a nossa democracia a crescer”, esclareceu.
Ao mesmo tempo, estendeu o apelo aos agentes da PRM, os quais, na sua visão, são os protagonistas de violação dos direitos humanos em tempos eleitorais.
“PRM é o primeiro infractor dos direitos humanos em eleições. Não temos como negar, é evidente, por algum momento, aceito colocar a mão a palmatoria de qualquer um, que a Polícia da República de Moçambique, é o primeiro infractor, é o primeiro órgão que tem alimentado bastante, na questão de violação dos direitos fundamentais, nós estamos a falar dos direitos humanos. Então, esta Polícia, nós estamos a pedir que mudem a sua maneira de actuação”, concluiu.
O desejo por um processo pacífico e ordeiro é generalizado, segundo pode ser evidenciado por alguns munícipes que falaram ao IKWELI.
Esperança Fátima, de 18 anos, irá votar pela segunda vez, mas diz que “eu gostaria que não lutassemos, somos todos moçambicanos, somos irmãos, e todos nós somos do mesmo país e temos de ficar mais unidos numa só força”, porem “espero que haja mais desenvolvimento do país. Que tenhamos um bom presidente que saiba governar o país”, observou.
Para Santos Joaquim, também residente na cidade de Nampula, a eleição significa mudança pelo positivo “do meu ponto de vista espero que as eleições sejam transparentes justas e claras, que sejam amplas que não haja exclusão. Que possa haver mudanças no nosso país.” (José Luís Simão)