Que alívio: Finalmente terroristas soltaram 70 pescadores em Mocímboa da Praia

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milicianos semeiam terror em civis em Cabo Delgado

Pemba (IKWELI) Diversas famílias do bairro Milamba, nos arredores da vila municipal de Mocímboa da Praia,a norte de Cabo Delgado, sentem-se aliviadas após o regresso dos seus parentes ao convívio na tarde da última terça-feira (13).

Afinal não eram só pescadores, mas filhos, pais, encarregados de educação e importantes actores económicos que tinham sido sequestrados por terroristas.

Trata-se de cerca de 70 jovens pescadores que na passada sexta-feira (9) tinham sido sequestrados por um grupo de terroristas ao largo do mar, no sul do distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado.

Segundo o pescador Álamo Saíde (nome fictício), ele e outros colegas tinham sido sequestrados por volta das 21 horas, enquanto exerciam a sua actividade piscatórialocalmente conhecida por malhação, que consiste na captura do peixe miúdo com recurso a redes.

Não nos fizeram mal, nós só estávamos sentados e os chefes deles é que chegaram, levaram os nossos marinheiros, foram falar com eles, até deram telefones ligaram para as esposas e os patrões para estes mandarem dinheiro, contou Álamo Saíde, admitindo que havia muita aflição no seio do grupo.

Eles estão calmos, como não era nosso ambiente, por isso estivemos com muito medo, porque nós vimos o que os terroristas fizeram aqui em Mocímboa, mas agradecemos porque estamos aqui não nos fizeram mal, acrescentou.

Segundo a nossa fonte, a situação alimentou o medo no seio de muitos pescadores, tanto que já não se fazem a pesca durante a noite. Desde aquele dia, ninguém vai à pesca a noite, não porque as forças deram ordens para não se ir, mas porque há medo, por enquanto, admitiu apontando que o lado norte de Mocímboa da Praia aparenta estar livre de circulação dos terroristas e se pode pescar até a noite.

A captura dos pescadores pelos terroristas, acontece dias depois de acções de bombardeamentos lançados pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e de Ruanda, segundo o último relatório de Observação do Conflito Armado em Cabo Delgado da ACLED.

Em 27 de julho, os ruandeses atacaram insurgentes em Marere, no sul do distrito de Mocímboa da Praia, envolvendo sua posição do norte e do sul, via Quiterajo. Relatos de várias fontes indicam que os combates continuaram no Posto Administrativo de Mbau até 1° de Agosto, lê-se no documento da ACLED.

Mesmo assim, a região onde foram raptados os pescadores não tem sido totalmente controlado pelas autoridades, e, por conta disso, tem sido uma área apetecível para a livre circulação dos terroristas que se estende até aos postos administrativos de Mucojo e Quiterajo no distrito de Macomia. (Redação)

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