Alegadamente para pagar malfeitores e garantir segurança: Detido secretário de bairro que extorquia moradores em Murrapaniua

Nampula (IKWELI) – Um indivíduo, de 52 anos de idade, que desempenha as funções de secretário no bairro de Murrapaniua, nos arredores da cidade de Nampula, está a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) indiciado de efectuar cobranças ilícitas aos moradores locais, alegadamente para pagar malfeitores que semeiam terror naquele ponto de Natikiri.

O indiciado, segundo conta a polícia, foi recolhido porque aproveitou-se de um anúncio colado numa árvore do bairro de Natikiri, o qual é atribuído ao grupo de meliantes designado por “G-15”, nele estão as taxas que eles cobram quando assaltam residências. A estipulação dos preços difere do tipo de casa, sendo que de construção precária deviam pagar 7.000,00Mt (sete mil meticais) e as convencionais 15.000,00Mt (quinze mil meticais). Não pagando estes valores, os meliantes ameaçam assassinar toda a família que por eles seja “visitada”.

Dércio Samuel, chefe do Departamento de Relações Públicas no comando provincial da PRM em Nampula, informou que o secretário em alusão caiu nas malhas da corporação porque depois do comunicado dos supostos criminosos espalhar-se, ele começou a cobrar valores nas casas, alegadamente, porque queria fazer chegar aos malfeitores antes de residências serem atacadas, o que suscitou desconfiança por parte das autoridades. 

Nesta cortina de poeira, esta fonte fez saber, igualmente, que, a PRM avançou com um trabalho de investigação para descobrir quem são os autores do comunicado e,  chegaram a conclusão de que tratava-se de um grupo de pessoas com “corações de pedra” que colava o panfleto para chantagear a população.

“A Polícia da República de Moçambique, em Nampula, tomou conhecimento da existência desses panfletos que alguns indivíduos colocavam em algumas residências para amedrontar os residentes, de modo a tirar alguns valores. Do trabalho investigativo, a polícia conseguiu neutralizar um indivíduo que neste momento encontra-se detido na 1ª Esquadra. Por coincidência é o secretário do bairro. Este, junto com seus comparsas, fazia questão de recolher valores na tentativa de convencer os moradores com as suas explicações. Pela função, como secretário do bairro, conseguia mesmo convencer os moradores a contribuírem com  valores que variavam entre 5.000,00Mt (cinco mil meticais) a 10.000,00Mt (dez mil meticais)”, explica Samuel, que diz que o secretário alegou que “queria levar o valor até aos malfeitores”.

O indiciado nega as acusações que fizeram com que a polícia o recolhesse para as suas celas. “Eu estava na minha casa a fazer  limpeza, veio alguém, perguntou-me se já tinha visto o panfleto que tinha sido colado atrás da minha casa e eu disse não, depois deixei de fazer a limpeza e fui ali ver e o panfleto não estava colado directamente na minha casa, mas sim numa casa paralela com a minha e quando vi fiquei mal, dali começaram a encher pessoas  e cada um  tirava  a sua opinião, e depois de sair o meu vizinho onde eu compartilho o espaço, eu informei-lhe que meu filho hoje não pode vir aquelas horas extras, porque a nossa zona não está bem. Depois de um tempo, veio a esposa daquele meu vizinho que lhe chamo de filho, começou a exclamar, dizendo que ‘eu vou conseguir esse sete mil metical ou mínimo sete mil vou conseguir como’ e eu comentei dizendo eu que tenho casa de zinco vou conseguir como os quinze mil? Eu disse: mamã, melhor você que vai pagar sete mil depois sai. Depois, regressando eu da mesquita aquelas horas das 11 horas vi um homem da polícia a chegar e disse que viemos para vir nos ajudar uma questão ali no nosso posto, e eu perguntei-lhe posso sair preparado?  Porque a roupa que eu usava era aquela da mesquita, ele disse não é preciso, vamos assim, mas ao chegar ali ouvi a chamarem-me de nome de arguido e comecei a processar o que eu fiz e não estava a encontrar, mas sem demorar aparece um jovem de nome Jordão que estava a dar informações, alegando que eu estava a cobrar dinheiro uma senhora e essa mesma senhora que ele estava a referir é minha vizinha que estava a conversar comigo, por isso que estou aqui”. (Malito João)

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