Nampula (IKWELI) – O Cabeça-de-lista do partido Frelimo e candidato a governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, entende que para reduzir os índices de criminalidade no país, particularmente na província em que pretende governar, é necessário a criação de muitos postos de emprego para os jovens não só no sector público, como também no privado.
Eduardo Mariamo Abdula não tem dúvida que os comportamentos imorais protagonizados pelos jovens, na sua maioria, são incentivados pelo estresse do desemprego. Por essa razão, o cabeça-de-lista da Frelimo encoraja aos empresários da província de Nampula a continuarem a criar mais postos de emprego para a camada jovem.
Nesta quinta-feira (6), Salim Abdula, como é conhecido o candidato, escalou algumas empresas que operam em diferentes ramos, com objectivo de auscultar o seu nível de satisfação. Foi nesse âmbito em que o futuro governante da mais populosa província de Moçambique implorou aos empresários a continuarem a absorver muitos jovens daquele território.
“Esta visita é mais para auscultar aos empresários, para saber qual é o seu nível de satisfação e de estágio em que estão neste momento e dizer que encontro empresários muito motivados, muito animados com aquilo que é actividade deles, estão extremamente satisfeitos”, começou por dizer Eduardo Abdula, em conversa com os jornalistas.
“Algo que me deixou extremamente satisfeito, grandes empresas que visitamos, cerca de 70% são jovens até aos seus 35 anos de idade. Isso para mim é bom indicador, uma província que tem muitos jovens. Naturalmente precisamos de incentivar muito mais empresa para mais postos de emprego para jovens”, prosseguiu Abdula.
“Se os jovens estiverem empregados evitamos que sejam recrutados pelo mal que é o terrorismo, por exemplo, evitamos que eles se envolvam nas drogas, evitamos que eles sejam pessoas do mal. Por isso, para uma primeira auscultação, enquanto aguardamos que chegue o momento para iniciarmos com a campanha, quero dizer que temos indicadores satisfatórios, neste campo de empregabilidade da juventude e mulheres”, anotou Abdula.
Um dos grandes desafios do sector empresarial na província de Nampula é a burocracia nas instituições do Estado, no acto de tramitação de certos processos, o que de certa maneira regride a economia das empresas e do próprio país.
Trata-se de uma preocupação que o cabeça-de-lista da Frelimo considera ser “papinha” pois pode resolver num abrir e fechar de olho. Aliás, o difícil para ele é garantir o emprego para toda população jovem da província de Nampula, daí que disse “nós iremos os proteger, mas em troca, criem emprego para os nossos jovens daqui na nossa província”.
“Alguns deles queixaram-se de burocracia e sabemos que, muitas vezes, não porque não se está fazendo bom trabalho, mas, naturalmente, é preciso prestarmos uma certa atenção neste sector e juntos com todos que vão fazer parte deste processo de governação, vermos como vamos minimizar, até eliminar este problema de burocracia”, precisou.
“Eu não vim aqui para pedir-vos dinheiro, mas considerem essa candidatura como vossa”
Nas quatro empresas que visitou nesta quinta-feira, com destaque para Nova Texmoque, LifePack, Saf, bem como MAM Transporte, Eduardo Mariamo Abdula tranquilizou aos gestores das mesmas a não se preocuparem com a sua presença, pois não escalou ali para pedir dinheiro, mas para convidá-los a assumir a candidatura como sendo deles, pois o objectivo último é a criação de melhores condições de vida para a população da província de Nampula.
“Não quero dinheiro de ninguém, eu quero que assumam esta campanha como vossa”, disse Abdula, prosseguindo que “todos aqueles que pertencem ao partido Frelimo devem assumir esta campanha, não apenas o cabeça-de-lista. Cada um deles deve fazer a sua parte para uma vitória maioritária. Portanto, queremos ir para essas eleições com tudo e para ganharmos bem mesmo”.
“Faz-nos sentir que estamos bem servidos”
Nas quatro empresas visitadas por Abdula nesta quinta-feira, os respectivos gestores mostraram-se optimistas que o futuro, também, é uma escolha acertada no seio da Frelimo para a condução dos destinos dos nampulenses.
“É uma honra, em primeiro lugar é uma escolha que o nosso partido está a fazer. São pessoas íntegras, pessoas de carácter, pessoas de muito profissionalismo. É sempre uma alegria saber que os futuros dirigentes tenham essa ideia de visitar a classe empresarial. Faz-nos sentir que estamos bem servidos, estamos bem servidos, estamos bem alojados nesta nossa bela província”, observou Shakeel Ahmad, director da empresa LifePack, onde são empregados mais de 350 trabalhadores, na sua maioria jovens.
Abdula rebenta a língua e deixa trabalhadores rendidos
Para além dos gestores das empresas, Eduardo Mariamo Abdula saudou os trabalhadores das mesmas farmas, os quais o receberam efusivamente. Dialogando na língua local, Emakhuwa, Abdula provou-lhes ser um filho que voltou a casa, o que acelerou a alegria dos operários.
“Eu sou daqui, nasci ali no Marrere, depois fui a Namapa, depois na Ilha, tendo saído para Maputo, continuei para Cuba, Rússia, Estados Unidos da América e outros lugares. Agora me disseram para voltar e ajudar a minha terra. Se quiserem que eu fique, aqui eu fico, vou morrer aqui e vocês vão me enterrar”, disse para os alaridos dos trabalhares da Texmoque, na sua maioria mulheres.
O mesmo cenário sentiu-se com os trabalhadores da empresa Lifepack, os quais, após uma Emakhuwa a Nahara de Abdula, ouviram-se as vozes que diziam “assim que você é daqui, não se preocupe, conte connosco porque família não mata família”.
“Foi muito bom, porque de facto eu sou natural daqui. Eu nasci aqui na cidade de Nampula, depois cresci em Namapa, fui para Ilha de Moçambique, Mossuril, então, não se pode dizer que não sou daqui. Eu sou natural daqui, estou em casa. Falo a língua macua fluentemente, se calhar até melhor que português, porque português tive que estudar e macua é minha língua materna. Portanto, estou em casa”, rematou Abula. (Constantino Henriques)