AdRN diz que “herdou” um sistema de abastecimento de água em condições nada boas na cidade de Nampula

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Estação de elevação com bombas avariadas

Nampula (IKWELI) – O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa Águas da Região do Norte (AdRN), Francisco Napica, diz não terem “herdado” um sistema de abastecimento de água da cidade de Nampula em boas condições, facto que propicia a crise no fornecimento do precioso líquido.

“Estamos a operar o sistema conforme nós apanhamos, temos criado condições de manutenção de todos nossos equipamentos para, pelo menos, termos o mínimo de abastecimento a cidade de Nampula, porque é a cidade que tem maiores desafios neste momento”, disse Napica, que explica que neste momento aguardam por “programas de investimentos que vem pelo FIPAG [Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água], porque o FIPAG é que é o dono do património e nós somos os operadores do sistema”.

Por outro lado, a nossa fonte disse que a AdRN tem estado a operar o sistema “com o esforço feito pelos nossos colaboradores, de maneira que mantenhamos todos os sistemas sem dificuldades”. “Não há sistema nenhum que não tenha dificuldades, então nós temos feito um trabalho árduo com a equipe para ver se, pelo menos, o abastecimento não apresente grandes constrangimentos”.

Napica aponta como principais dificuldades os acessórios que compõem o sistema, sobretudo da captação ao tratamento, mas mantêm fé na resolução dessas situações por conta de financiamentos do Banco Mundial. “Os acessórios têm o seu tempo de aquisição. Veja só que nós chegamos aqui e temos já uma orientação do Banco Mundial, que chamamos de um pacote de aquisições, onde inclui lá a aquisição de novos equipamentos, aquisição também de material para a reparação das fugas, mas enquanto isso não chega, nós temos feito algumas aquisições pontuais, que é o que faz com que a área operacional de Nampula tem conseguido colmatar entre as fugas que tem ocorrido”.

Ainda em relação as aquisições, Napica recordou que o processo leva o seu tempo, considerando que “o material vem de muito longe, mas julgo que daquilo que nós temos, à-priori, ao longo do mês de Maio esperamos começar a receber alguns equipamentos”.

O PCA da AdRN explica que, ainda em Maio, poderão ter, pelo menos, 3 bombas, o que “vai nos dar mais ou menos um alavancar daquilo que nós pretendemos, e ao longo do tempo também o próprio FIPAG vai direcionar alguns investimentos também, algumas bombas. Quando falo de bombas, falo de tudo completo, para a melhoria, mas isto também por mais que tenhamos todos equipamentos, nós sabemos quais as limitações do sistema”.

Ainda em relação ao sistema, Napica aventou que “encontramos não em boas condições, mas a operar daquela forma como eu disse. Nós não mudamos muito em relação a isso, olhamos a isso o que nós temos, não tínhamos mais o que fazer, a não começarmos com o processo de aquisição dos componentes essenciais e com isso, felizmente, temos esse apoio do Banco Mundial, que logo a prior nós dissemos queremos isto, os equipamentos cruciais para melhoria, mas nós, como disse, mesmo sem isso nós conseguimos de uma forma regular termos um abastecimento a um volume diário”.

Segundo o nosso interlocutor, “em condições normais, quando não temos, digamos algumas avarias, ou oscilação do sistema de energia, conseguimos produzir com aquela capacidade que foi de facto arrolada, o que tem ocorrido geralmente é que as pessoas pensam que nós, a capacidade é de 40 mil [metros cúbicos por dia] sim, mas 40 mil é a capacidade desenhada, mas o aconselhável é não chegar aos 40 mil, porque isso pode criar danos aos equipamentos, então por isso andamos nos 33 mil, 34 mil, com o intuito de fazer este equilíbrio técnico, porque, prontos, é melhor termos equilíbrio do que termos um exagero para amanhã não conseguirmos produzir aquilo que nós pretendemos para a população, e prontos a produção é essa que nós queremos, e o resto é aquilo que nós temos que fazer que são manobras, e essas equipas de manobras é de conseguir dar conta daquilo que nós temos ao longo do sistema de abastecimento de água de Nampula”.

Igualmente, Napica diz que as avarias é que tem complicado o funcionamento normal do sistema. “O que ocorre, muitas vezes, é haver algumas avarias, por isso disse quando não existem avarias nós sempre vamos ter em pleno o sistema de abastecimento de água, há situações dessa natura, por exemplo a semanas atrás ou a dias atrás tivemos uma avaria, uma fuga da zona de captação o que fez com que houvesse uma redução”.

O impacto na facturação

A facturação não está ligada 100% a produção”, anota a nossa fonte, explicando que “o que as pessoas pensam é que nós estamos aqui a tirar nossa subfacturação, mas temos que ver uma coisa, quando produzimos muito, com as perdas, nós sempre facturamos quase a mesma percentagem. O que ocorre é que produzimos muito, perdemos muito, nós não contamos antes as perdas, agora aquilo que nós temos como produção é aquilo que temos que facturar. Há consumidores que nós sabemos que tem esta estimativa de abastecimento de água regular. A facturação é baseada naquilo que é por conseguinte, ao longo de 30 dias eu recebo água duas semanas ou três semanas aí a água tem que ser facturada, agora se nós não conseguimos abastecer é uma coisa”.

Francisco Napica defende-se afirmando que “nós temos a AURA [Autoridade Reguladora de Águas] como entidade que nos pode dizer se estamos errados ou não”.

Por fim, o PCA da AdRN nega que estejam a fornecer água com qualidade abaixo do recomendável. (Aunício da Silva)

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