Nampula (IKWELI) – O Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, encara com preocupação a retirada da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, na sigla inglesa) do Teatro Operacional Norte (TON), pois entende que tal ditará uma queda livre do país na defesa da sua soberania.
A Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (em inglês: Southern African Development Community Mission in Mozambique, SAMIM) é de manutenção da paz regional activa operada pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
No último fim-de-semana, Simango esteve de trabalho na província de Nampula, onde visitou as famílias que perderem seus familiares no fatídico naufrágio ocorrido a 7 de abril corrente na Ilha de Moçambique.
“O MDM trata muito bem essa matéria relacionada com a soberania, segurança nacional e a dignidade dos moçambicanos, nós temos a plena consciência que os moçambicanos têm a responsabilidade de defender a soberania, e essa defesa a soberania é feita com políticas correctas nas Forças de Defesa e Segurança”, disse o presidente do MDM, prosseguindo que “infelizmente, o nosso exército não está devidamente equipado, a nossa polícia idem e tudo isso enfraquece a defesa da soberania nacional e é por isso que estamos aqui com a presença das tropas estrangeiras, mas atenção, a responsabilidade da defesa de um país, de uma nação é uma obrigação dos próprios nacionais, por isso a defesa de Moçambique é da nossa inteira responsabilidade e para que isso possa acontecer temos de ter um exército altura para defender o país”.
No seu entender, no capítulo das relações no campo de defesa e segurança, “a retirada das tropas estrangeiras vai enfraquecer a nossa defesa, é por isso que é preciso dar uma volta em relação a isso com muita urgência, por isso que eu quero dizer aqui, se a Frelimo já sabe quem é que está a dirigir os terroristas, se a Frelimo conhece a localização das bases dos terroristas, eu desafio o governo da Frelimo para sentar e negociar com estes para acabar a guerra em Moçambique”.
A outra preocupação do presidente do MDM, tem a ver com a corrupção generalizada, onde os impactos sociais são incalculáveis, e para ele “a situação tende a ser normalizada em Moçambique”, pois “ao longo destes todos anos, o povo moçambicano tem sido vítima da teia da corrupção generalizada, e essa teia da corrupção generalizada é promovida pelo partido Frelimo, nós sabemos dos roubos que acontecem no erário público e nós sabemos também os desmandos da governação que a Frelimo promove contra o bem-estar do povo moçambicano e isso se faz sentir ao nível do sector de educação, os nossos professores ficam meses sem salário, faz-se sentir ao nível da saúde, estou a falar do sistema nacional de saúde pública, em que os nossos concidadãos quando vão ao hospital para serem atendidos se não dão uma gorjeta não são atendidos, as nossas mães quando vão a maternidade para o serviço de parto só acontece quando elas pagam um valor e se não fazem são marginalizadas, isso tudo acontece por causa da má-governação e nós sabemos que o nosso país está mal, dai que as mudanças são necessárias, com esta corrupção que está acontecer aqui em Moçambique os moçambicanos ficam sem emprego”.
Lutero Simango, também, manifestou preocupação com o tráfico de recursos minerais no país. (Malito João)