Nampula (IKWELI) – O Gabinete Provincial de Prevenção e Combate a Droga, em Nampula, diz-se preocupado com o crescente número de adolescentes que se envolvem no consumo de droga ilícita naquele ponto do país.
A directora da instituição, Isabel Sanfins, tornou pública esta preocupação, recordando que a destruição destes adolescentes, incluindo jovens, coloca em perigo o futuro do país que deverá contar com os préstimos profissionais destes consumidores de drogas que não têm tempo para se formarem.
No entanto, explica que o governo por si só não é possível de estancar a problemática, mas esclarece que decorrem trabalhos de sensibilização para a prevenção e abandono, sobretudo nas escolas e outras instituições de ensino.
“Ao longo do ano passado tivemos 3986 casos registados”, disse a fonte, explicando que este número deu “entrada no centro de saúde mental e comunitário de apoio aos usuários de drogas”.
Sanfins prossegue afirmando ser verdade que, em comparação com o ano anterior, 2022, os números reduziram, pois nessa altura foram registados 4489 casos, mas chama atenção que tal pode não significar melhorias, pois pode se dar o caso que tenham sim reduzido as denúncias e não o número de consumidores.
A nossa interlocutora não avança número de óbitos que sejam resultantes do consumo de drogas na província de Nampula, mas está ciente que tal acontece.
Entretanto, Castiano Castiano, supervisor do programa de saúde mental no Serviço Provincial de Saúde (DPS), entende que o aumento do número de usuários de drogas é por parte dos jovens deslocados de guerra em Cabo Delgado, que de certa forma recorrem ao consumo de drogas como mecanismo de defesa.
“A partir da situação temos vivenciado parte dos nossos irmãos que vem de Cabo Delegado com estresse e trauma e acabam recorrendo as drogas ilícitas como forma de fugir da situação e o número tende a crescer cada vez mais”, disse Castiano.
O consumo de droga nos estabelecimentos de ensino secundário, na cidade de Nampula, também, continua sendo preocupante, revela o supervisor de saúde mental de saúde em Nampula.
“A questão de consumo de álcool e da droga, como heroína, é frequente, sobretudo nas escolas, por isso temos trabalhado com o gabinete de prevenção e combate a droga. São diversas actividades levadas a cabo de forma conjunta, tanto é que nós como província criamos um instrumento de rastreio das substâncias psicoativas que está sendo usado à escala nacional. Este é um instrumento que foi criado no âmbito de rastreio para outras doenças mentais para conseguirmos captar e fazer as nossas intervenções”, concluiu a nossa fonte. (Nelsa Momade)