Nampula (IKWELI) – Casos insólitos continuam a se registar no recenseamento eleitoral em curso, e na cidade de Nampula, capital do maior círculo eleitoral, voltou a marcar diferença neste quesito.
Na unidade comunal Marien Nguabi, no mítico bairro de Namutequeliua, proprietário de um espaço onde funciona um posto de recenseamento decidiu por expulsar brigadistas, alegadamente, porque não priorizava os familiares do mesmo.
O referido posto teve as suas actividades paralisadas por 4 horas da manhã da quinta-feira (25) da semana passada, facto que deixou boquiabertos os potenciais eleitores que pretendiam se recensear.
“O dono deste local, onde está a acontecer o recenseamento, trouxe os seus familiares e quando os brigadistas e outros membros que estão enfrente do processo recusaram-se de recenseá-los, começou a confusão entre o proprietário e a supervisora, por isso está paralisado o processo de recenseamento eleitoral”, explicou Ângela Agostinho, uma das testemunhas, entrevistada na ocasião pelo Ikweli.
Zulmira Arlindo que, também, testemunhou a confusão disse que “tudo iniciou quando apareceu o dono do espaço com quatro (04) pessoas com o propósito de serem recenseadas e uma das pessoas sou eu, não só, por ele ser dono tem a prioridade de ajudar a família, daí que os supervisores do processo começaram por proibir e insultar, por ele ser uma pessoa nervosa acabou por cortar a energia que alimentava os mobiles usados no processo do recenseamento”.
O Fiscal do partido Acção do Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), Augusto António, explicou que tem sido recorrente o dono do espaço obrigar a priorização de conhecidos para serem recenseados, mesmo quando tem pessoas na fila por muitos dias a espera. “O dono do espaço todos os dias traz os seus familiares para se recensearem e nós aceitávamos, hoje trouxe um número de cinco (5) pessoas alegadamente que devia recensear urgentemente e nós não aceitamos desta vez, por isso começou o problema e houve luta entre o proprietário e a supervisora, assim estamos sem onde recorrer para continuar com os trabalhos e pedimos que as autoridades venham intervir”.
O proprietário do espaço, Joaquim Julião, considerou a recusa ao recenseamento dos seus familiares pela supervisora de um abuso de confiança. “Os membros do secretariado do bairro, me pediram para que pudesse instalar o posto de recenseamento eleitoral no meu espaço. Nós tivemos algumas directrizes combinadas, as pessoas marcarem a bicha não podiam estar aqui dentro do quintal porque tenho infra-estruturas em obra, como podes ver já se encontram danificadas e isso não era o combinado e acabou sendo violado”.
Joaquim acrescentou que “nestas infra-estruturas em construção, tenho 25 trabalhadores dos quais pedreiros e serventes, tenho família incluindo a minha esposa, filhos, irmãos e cunhadas também querem se recensear, mas a supervisora não quer saber e este processo está a acontecer no meu quintal e ninguém paga renda”.
Por outro lado, esta fonte aponta que a supervisora e mais dois brigadistas terão o agredido, por isso foi remeter uma queixa-crime contra os três indivíduos. (Nelsa Momade)