Ribáuè: Director do STAE que anuiu o registo clandestino e nocturno de mais de 100 eleitores vê o seu contrato rescindido

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Nampula (IKWELI) – Pelo menos 103 cidadãos, supostamente membros do partido FRELIMO e residentes fora do raio autárquico no distrito de Ribáuè, foram registados clandestinamente e fora do horário normal do processo de recenseamento eleitoral, na sequência do deslocamento de duas máquinas (móbiles) da vila de Ribáuè à sede do posto administrativo de Iapala, naquela região do maior círculo eleitoral do país.

Os dois mobiles usados para o registo clandestino dos mais de 100 cidadãos foram tirados nos dois postos de recenseamento instalados na vila sede de Ribáuè, e Quithele, respectivamente, e transportados pelo director distrital do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) para a casa do primeiro secretário do partido FRELIMO em Iapala que dista há mais de 30 quilómetros.

O Ikweli soube que na deslocação destas máquinas, também, seguiram o digitador e supervisor dos postos, os quais facilitavam o registo daqueles cidadãos no período da noite, na residência do primeiro secretário da FRELIMO em Iapala, por sinal local onde funciona uma pensão.

Igualmente, apuramos que os supostos membros e simpatizantes da FRELIMO que estavam a ser registadas são provenientes das localidades de Namuali, Riane e Mussa, no distrito de Ribáuè, as quais [localidades] geograficamente estão fora do raio municipal de Ribáuè.

“Quando o vogal e um técnico da Comissão Nacional de Eleições (C.N.E) indicados pela RENAMO entraram na sala onde estavam a recensear as pessoas, os brigadistas e o director distrital do STAE que dirigia o grupo fugiram. Enquanto fugia, o director distrital do STAE gritava para se desligar os computadores e os móbiles, mas não conseguiram desligar”, informou ao Ikweli fonte da RENAMO bem posicionada no município de Ribáuè.

A fonte conta que quando os envolvidos fugiram, o vogal e técnico da C.N.E do distrito de Ribáuè contactaram ao director-adjunto do STAE e o presidente da C.N.E no distrito, que depois solicitaram a polícia para averiguar a situação e, seguidamente, a remoção do equipamento para o comando distrital.

“Quando se fez a averiguação lá já haviam recenseado 103 pessoas, na mesma data e noite”, informou a nossa fonte, para quem o supervisor envolvido na manobra fraudulenta é um professor que abandonou a turma para exercer a actividade no STAE distrital de Ribáuè.

Face à situação, o STAE provincial tratou de reagir ao que, em conferência de Imprensa concedida no último Domingo (07), anunciou a rescisão do contrato com o director distrital do STAE de Ribáuè, um brigadista e o supervisor que estava afecto no posto de recenseamento de Quithele, no município de Ribáuè.

Esta decisão do STAE provincial resulta da constatação de indícios que concorrem para a ocorrência de um ilícito eleitoral, pois constituí verdade que os mobile ID foram encontrados num local onde não é posto de recenseamento eleitoral e a funcionarem fora do período normal que é das 08:00 horas as 16:00 horas.

Nota importante que tomamos conhecimento é que o Tribunal Judicial Distrital de Ribáuè emitiu um mandato de busca e captura para os três envolvidos directamente no caso, dentre os quais, o director do STAE no distrito de Ribáuè, um digitador e supervisor. Contudo, até esta segunda-feira (08), o Ikweli soube que estes encontram-se em parte incerta, o que significa que continuam livres. (Esmeraldo Boquisse)

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