Nampula (IKWELI) – A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), em Nampula, está a fiscalizar e apreender quantidades significativas de ovos importados pelos revendedores à grosso naquela região, sob alegação de estar a combater o contrabando deste produto de primeira necessidade.
Entretanto, integram a operação equipa a empresa produtora nacional de ovos que denunciou o esquema de contrabando do produto.
A denúncia apontou directamente os revendedores que recorrem à vizinha República do Malawi como os que protagonizam o contrabando, o traz prejuízos económicos às empresas internas que, segundo se justifica, somam avultados prejuízos.
“Infelizmente constatamos, de facto, quando estávamos a visitar a empresa, o contrabando de ovos. Temos muito ovo que vem da República do Malawi a ser vendido nos vários supermercados da nossa cidade e é um ovo que não está em condições para o consumo humano. É um ovo deteriorado, está a ser vendido a preço baixo em relação ao que é produzido naquela unidade fabril. O que nós recomendamos as Actividades Económicas é começarmos a verificar em todos os supermercados a proveniência do ovo, porque de acordo com as informações são quantidades enormes de ovo que já foi introduzido de forma fraudulenta. Então vamos cerrar as fileiras e continuar a trabalhar para que não se continue a importar o ovo que foge ao fisco”, decidiu o governador saindo de uma das unidades de produção.
Dito e feito, no último fim-de-semana a INAE acompanhada por colaboradores da empresa denunciante fez-se aos revendedores de ovo na urbe, concretamente ao longo das Avenidas Paulo Samuel Kankhomba e a rua de Monomotapa, maiores centros de venda de ovo, onde fiscalizou o negócio. O trabalho não terminou por ali, nesta segunda-feira, a mesma equipa voltou aos locais depois de exigir documentação de importação, alvará e a factura de importação.
Na ocasião, constatamos que uma mulher, dos dois colaboradores da empresa denunciante, trazia consigo livro de facturas da sua empresa, onde fazia registo de qualquer declaração dos gestores dos estabelecimentos que importam o ovo do Malawi. Outrossim, foi a referida empresa produtora que em alguns estabelecimentos fiscalizados criou condições para a compra de cadeados para trancar os armazéns, facto que despertou atenção dos visados e que consideram o acto (encomenda).
Outra nota que tomamos conhecimento no local é que os dois colaboradores [que não soubemos a sua ocupação] alugaram uma viatura de marca Canter para transportar a quantidade não especificada de produto apreendido, para depois descarregar num dos armazéns desta empresa no bairro de Namicopo, nos arredores da cidade de Nampula.
E porque a acção não foi bem coordenada, mesmo depois de solicitar a presença da Imprensa, os inspectores destacados para a operação recusaram-se a dar informe sobre o trabalho, com o receio de consequências futuras devido a presença de um dos concorrentes no negócio de ovo nesta parcela.
Foi por esta dificuldade que contactamos o delegado provincial da INAE que, quando questionado sobre a razão da empresa produtora de ovos integrar a equipa de fiscalização, este respondeu que foi no âmbito da parceria para o fornecimento de viatura que poderia transportar o produto apreendido.
Enfim, volvidos 24 horas depois da apreensão e até o fecho desta edição, a INAE não veio ao público para dar informe da operação, sobretudo, as quantidades de ovo apreendido e supostamente contrabandeado. (Esmeraldo Boquisse)