Encerramento e transferência do mercado do Waresta provoca subida ilegal do preço de “chapa-100”

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o preço do chapa-100 subiu para o mercado do aresta

Nampula (IKWELI) – Os operadores de transportes semi-colectivos urbanos na cidade de Nampula, no norte do país, decidiram, unilateralmente, por incrementar o preço cobrado aos utentes da rota que tem como terminal o mercado grossista do Waresta, sob pretexto de que o encerramento e transferência do mesmo provocou a extensão da distância.

Actualmente, os passageiros são obrigados a pagar 20,00mt (vinte meticais), contra os anteriores 10,00mt (dez meticais) que tinham a chancela da Assembleia Autárquica de Nampula, entidade responsável pela aprovação de taxas e outros pagamentos municipais no mais importante centro urbano do norte de Moçambique.

Esta situação já está a gerar revolta nos munícipes, os quais acusam as autoridades reguladoras da actividade de nada estarem a fazer para travar aquilo que consideram como sendo roubo.

O maior mercado da região norte de Moçambique, lembre-se, foi transferido temporariamente, para um outro ponto não tão distante do antigo, para dar lugar às obras de requalificação, no âmbito cumprimento das medidas de prevenção da covid-19.

Segundo contaram os nossos entrevistados, os automobilistas cobram de Muhala – Expansão até antigo Waresta, local onde presentemente decorrem as obras de requalificação, o valor de 10,00Mt (dez meticais), mas de lá para novo espaço comercial os passageiros são obrigados a pagar mais 10,00Mt (dez meticais), totalizando 20,00Mt (vinte meticais).

Em entrevista ao Ikweli, Nordine Vacunle Fernando, um dos utentes dos transportes semi-colectivos, disse que os automobilistas alegam que a distância é longa e o preço de 10,00Mt (dez meticais) não recompensa.

Fernando considera que o aumento do preço é ilegal, uma vez que não houve uma informação formal sobre o agravamento das tarifas de transportes semi-colectivos, sobretudo os que fazem o trajecto Waresta.

Justina Alfredo é uma outra utente que, ao nosso jornal, diz ter sido colhida de surpresa com a informação sobre o agravamento, e lamenta pela decisão brusca dos automobilistas. Contudo, Justina pede as autoridades de direito no sentido de travar o cenário, antes que seja tarde demais.

“Nós já estávamos habituados com o preço de dez meticais, mas hoje estamos a ser cobrados um outro valor diferente do habitual. Isso é muito preocupante, este país tem leis e eu acredito que para o aumento do preço dos transportes públicos carece de algum debate e não de um dia para outro”, lamentou.

O mais preocupante, no entender da nossa interlocutora, é o facto de a distância onde foram transferidos os vendedores ser curta, o que lhe leva a discordar com a especulação das tarifas.

Por seu turno, os automobilistas entrevistados reconhecem que o agravamento das tarifas é ilegal, mas culpam a distância como a principal causa.

Rajabo Issa, um dos automobilistas de semi-colectivo, que frequentemente opera naquela via, disse que o patronato exige o cumprimento das metas das receitas completas e o reajuste do preço, por mais ilegal que seja, visa permitir equilibrar a produção. “Sentimo-nos obrigados a aumentar o preço do transporte, como forma de responder os anseios dos nossos patrões”, explicou.

Por outro lado, o presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários (ASTRA), em Nampula, Luís Vasconcelos, disse que o aumento do preço dos transportes semi-colectivo, principalmente os que operam a via do Waresta, é ilegal e garante que há um trabalho desencadeado pela sua agremiação com vista a apurar as reais causas e, possivelmente, responsabilizar os automobilistas.

“Os dez meticais vão até no posto administrativo de Natikiri, daí que esses operadores que entendemos que eles estão a se aproveitar da transferência do mercado do Waresta para aumentar os preços, e poderão responder criminalmente”, avisou. (Celestino Manuel)

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