Nampula (IKWELI) – Terminou no último fim-de-semana a Copa Muzorone em futebol onze que se realiza, anualmente, no bairro Muhala Belenenses, arredores da cidade de Nampula, tendo saído vencedora a equipa do Desportivo do Pave.
A edição 2018 – 2019 realizou-se em condições anormais, pelo facto de o campo que acolheu as partidas encontrar-se em avançado estado de degradação, facto que de certa forma perigava os praticantes da modalidade.
A semelhança da edição passada, esta temporada foi preciso a última jornada para se conhecer o campeão, o que em parte pode se justificar pela competitividade das equipas envolvidas na prova, o que fez com que a tabela classificativa se mantivesse equilibrada.
Alias, como nota ilustrativa a turma do Desportivo levantou o troféu do primeiro lugar com 26 pontos, a mesma pontuação do Schalk 04, o segundo classificado.
Em jogo da final da competição, o Desportivo de Pave precisou de um empate a uma bola diante do Lenged Futebol Clube, disputado no maltratado campo de Muzorone.
O jogo contou com uma moldura humana jamais vista naquele recinto desportivo, considerando que era o último da temporada e por sinal o que decidiria o campeão.
Com um apito incontestável do senhor Adamugy, os artistas começaram o espectáculo com animação ao público, embora com muita ansiedade nos bancos técnicos.
A equipa do Desportivo foi a primeira a protagonizar jogadas perigosas e que obrigaram ao seu adversário a jogar no último terço do seu sector defensivo, mas a falta de harmonia de Payo e Abacar, dianteiros dos campeões, foi o principal pecado, uma vez que todas tentativas de remates eram desenquadradas a baliza do guarda-redes Ochoa.
Foram quase 15 minutos de maior domínio do jogo para o Desportivo, que mesmo com as péssimas condições do campo conseguia manter a coesão entre todos sectores. Por essas alturas o Legend FC não apresentava inspiração, pelo que não tivesse jogadas de realce.
No meio desse sofrimento, e sob pressão do seu público as lendas acordaram em campo, e num primeiro ensaio de jogada de ataque conseguiram furar a muralha defensiva, fortemente, constituída pelos centrais Juma e Gelito, em parceria com Chai e Azevedo pelas laterais, mas a jogada não criou grandes problemas ao guarda-redes Sílvio.
A bola ia rolando e as emoções nas bancadas estavam num nível incontrolável. Nesses instantes, assistia-se uma partida equilibrada, com as duas partes a visitarem nos meios terrenos simétricos.
Ora, no meio disso tudo destaca-se uma jogada de Valdo do Legend Futebol Clube na passagem do minuto 20. No meio de rua ensaiou um remate frontal que não entrou para o golo fruto da excelente intervenção do guarda-redes Sílvio. Foi um lance que remeteu aos presentes a cruzar os braços na cabeça.
A partida ia decorrendo, e minutos depois, os Legends voltaram a criar perigo a baliza de Sílvio. Jonas, produto da academia do Benfica de Nampula, partiu do meio campo e com recurso ao flanco esquerdo driblou aos adversários que teve pela frente e de seguida ensaiou um remate cruzado que foi, directamente, para uma defesa apertada do guarda-redes Sílvio da turma do desportivo.
Sem tardar, Sílvio voltou a mostrar o seu heroísmo naquela partida depois de defender, inesperadamente, uma bomba de Sidónio. Até aqui, sinal mais para o Legend, o que obrigava a equipa técnica do Desportivo a fazer anti-jogo. Aliás, o mister Zito vezes sem conta dirigiu palavras não agradáveis ao árbitro do encontro, o que forçou ao Adamugy a convida-lo a abandonar o banco técnico.
Quando faltavam alguns minutos para o término da primeira parte, a partida ficou interrompida, na sequência da falta de bola, porque a única que estava sendo usada não oferecia condições para se dar seguimento com o jogo.
Depois de um acordo entre o árbitro e os capitães das equipas foi-se ao intervalo com perspectiva de compensar o tempo em falta na etapa complementar enquanto a comissão organizadora criava condições para adquirir outras bolas para garantir a continuidade da etapa complementar.
Os golos daquele encontro surgiram no segundo tempo por intermédio de Izidine aos 51 minutos para o Desportivo e Toré aos 65 minutos para o Legend Futebol Clube.
A Copa Muzorone foi disputada num recinto em péssimas condições. Os desportistas que a cada fim-de-semana recorrem ao local para matar o seu vício desportivo, não se cansam de pedir socorro, para que no mínimo seja nivelado. (Constantino Henriques)